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Como serão as nossas casas após a pandemia de coronavírus?

Arquitetos analisam o que mudará na forma como edificações são projetadas, decoradas e mobiliadas

atualizado

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Chegar em casa após um dia cansativo de trabalho, se jogar no sofá, pegar o controle, ligar a tevê e abrir uma cerveja gelada na sequência. Após a pandemia de coronavírus, essa cena aparentemente corriqueira mudará drasticamente. Nada será como era era há alguns meses, quando a Covid-19 começou a tomar contornos dramáticos.

Antes mesmo de abrir a porta, medidas de sanitização serão integradas aos ambientes, do projeto ao mobiliário. Entrar na residência com os calçados usados na rua ficou no passado. E muito menos abrir uma bebida sem, antes, desinfectá-la (missão na qual a própria geladeira e uma torneira bactericida poderá ajudar). A tevê ligará sozinha, via comando de voz, assim como ar-condicionado, computador e chuveiro. O contato das mãos com os objetos será mínimo.

Um salto tecnológico que levaria décadas será encurtado e, daqui alguns meses, se deparar com casas com essas será algo corriqueiro. Quem analisa são os arquitetos Simone Turíbio e Dimitri Lociks, do escritório Choque. Reconhecida por captar tendências, a dupla analisou, ao Metrópoles, uma série de alterações pelas quais as casas passarão nos próximos meses.

Hall de entrada

O espaço opcional agora se torna obrigatório. Uma área de chegada para colocar casacos e sapatos pode ser feita tanto em espaços construídos quanto em novas tipologias de móveis. Será comum, se houver espaço físico disponível, um banheiro na entrada de casa e que permita a desinfecção de quem trabalha em atividades de risco, como hospitais e indústrias.

Revestimentos e pisos laváveis

Em um futuro recente, haverá uma nova percepção do que é bem-estar, que vai além de questões estéticas ou conexão com a natureza. “As pessoas começarão a se sentir mais seguras em ambientes que comuniquem limpeza e higiene, que transmitam um quê de saúde. Também vão escolher revestimentos e pisos mais fáceis de lavar”, acredita Dimitri Lociks.

“Aquele aspirador que limpa a casa sozinho vai virar o seu melhor amigo”, defende Simone.

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Torneira que mata bactérias

Segundo a arquiteta, serão extremamente procurados recursos como torneiras com água ionizada e que mata 99% de bactérias e vírus. O item, aliás, já está à venda no mercado.

“A Cônsul, por exemplo, tem uma torneira que tira até 70% dos agrotóxicos. Uma chupeta que caiu no chão, por exemplo, pode ser lavada em poucos segundos”, comenta. “Também existem eletrodomésticos que que trabalham com iluminação ultravioleta para limpar sapatos, por exemplo. Há alguns que até higienizam o celular. Tudo isso com design”, emenda Lociks.

Minimalismo estético

As casas minimalistas voltarão ao centro dos holofotes, como prega trends recentes, como o décor industrial. Esse senso será aliado a elementos high tech, cada vez mais presentes nas residências. “A casa ganhará um corpo tecnológico que já existia nos ambientes corporativos, mas com aconchego e um respeito à dinâmica familiar”, pontua Lociks.

Para quebrar a frieza que esses layouts podem trazer, alguns recursos se farão necessários. “Plantas com cara de casa de avó humanizam os ambientes. A vegetação tem esse apelo, assim como a iluminação. Sistemas integrados de luz são importantíssimos nessa era pós-coronavírus, porque é possível trabalhar o ciclo circadiano e a produção de serotonina e, por consequência, aumentar a imunidade e diminuir o estresse”, emenda Simone.

Sensores e assistentes de voz

Para Simone Turíbio, os projetos, desde a síntese, focarão em evitar contato físico: “Usaremos sensores em tudo que for possível”. A válvula de descarga, por exemplo, poderá ser ligada apenas com o aproximar das mãos, algo que já acontece em ambientes de uso coletivo, como shoppings.

“Outros países vêem a entrada de assistentes virtuais muito mais acelerada do que no Brasil. Essas mudanças que estavam previstas para cinco anos irão acontecer em cinco meses”, defende a profissional.

Fuga “para as montanhas”

Outro comportamento em alta e que deve crescer no futuro é a procura por fazendas, chácaras, casas de campo e demais endereços afastados dos grandes centros, como uma nova perspectiva de equilíbrio emocional e social. “A tecnologia permite que você more longe e trabalhe de casa”, pondera Lociks.

Apartamentos maiores

Para Simone, o fato de ficar mais tempo em casa fez muitas pessoas perceberem que precisam de mais espaço: “Pesquisas comprovam que o nível de estresse de quem mora em ambientes com menos de 20 metros quadrados é maior.”

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