Se continuar como está, 2021 será um dos anos com maior rejeição de pedidos de anistia política. Até 28 de junho deste ano, 97% das solicitações do tipo foram negadas pela Comissão de Anistia, subordinada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, de Damares Alves, e encarregada de definir oficialmente quem foi vítima de perseguição por órgãos ou indivíduos ligados ao Estado entre 1946 e 1988.
Dos 1.761 pedidos analisados, 1.706 foram rejeitados e apenas 55 foram aceitos.
Em 2016, último ano de Dilma Rousseff no poder, a taxa de rejeição foi de 71%. No último ano de Michel Temer, a taxa subiu para 97%.
Embora mais baixas, o percentual de negação tem subido ao longo dos primeiros anos do governo Bolsonaro. Em 2019, foi de 85% e, no ano seguinte, de 90%.
Os dados são da Comissão da Anistia, passados à coluna por meio da Lei de Acesso à Informação.
O presidente da comissão, João Henrique Nascimento de Freitas, ex-assessor de Hamilton Mourão e nomeado para o posto por Damares, já afirmou que a anistia política se tornou um “instrumento de mero revanchismo e ‘investimento financeiro'”.