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Um único trago em cigarros eletrônicos pode danificar vasos sanguíneos

Pesquisa da Universidade da Pensilvânia descobriu que, mesmo sem nicotina, o vape impacta as funções vasculares imediatamente após o uso

atualizado

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licsiren/istock
Imagem colorida de homem segurando cigarro eletrônico com muita fumaça ao fundo
1 de 1 Imagem colorida de homem segurando cigarro eletrônico com muita fumaça ao fundo - Foto: licsiren/istock

Os cigarros eletrônicos tornaram-se febre no mundo inteiro, porém, o hábito poder ser mais perigoso do que se imagina. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia descobriram que basta um trago no vaper para que os vasos sanguíneos do corpo sofram prejuízos. E mais: a carga do e-cigarette não precisa nem ter nicotina. Os resultados foram publicados na revista especializada Radiology.

Para realizar a pesquisa, primeiro, os cientistas fizeram exames de ressonância magnética em 31 adultos não fumantes e saudáveis. Depois, prenderam os vasos da coxa dos participantes, mediram a rapidez com que o sangue fluía após a sua liberação e solicitaram que eles dessem um trago no vaper com carga sem nicotina. Por fim, realizaram o exame de imagem novamente.

Na comparação dos dois exames, os médicos constataram que uma única baforada no cigarro eletrônico reduziu o fluxo sanguíneo e a função endotelial (camada de células que recobre a face interna dos vasos sanguíneos) da artéria femoral, responsável por fornecer sangue para as pernas. Quando o endotélio é danificado, as artérias podem entupir, impedindo o fluxo de sangue para o coração e para o cérebro, o que pode causar problemas como ataque cardíaco ou derrame cerebral.

Os cientistas observaram que houve, em média, uma redução de 34% na dilatação da artéria femoral. A exposição ao cigarro eletrônico também causou uma redução de 17,5% no pico de fluxo sanguíneo, 20% menos oxigênio venoso e queda de 25,8% na velocidade na qual o sangue retornou ao fluxo normal após a liberação do manguito.

Os pesquisadores explicam que, mesmo que o líquido contido no cigarro eletrônico seja inofensivo para a saúde, o problema está no próprio processo de vaporização. Segundo eles, a vaporização transforma moléculas, especialmente propilenoglicol e glicerol, em substâncias tóxicas.

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