Um em cada oito adultos apresenta sintomas de Covid longa, diz estudo
Pesquisa publicada na revista The Lancet mostra que pacientes costumam apresentar pelo menos um sintoma novo após o período da infecção
atualizado
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Um estudo publicado nesta quinta-feira (4/8), na revista científica The Lancet, mostra que um em cada oito adultos infectados pelo coronavírus sofre com sintomas da Covid longa durante a recuperação da doença.
Os pesquisadores da Universidade de Groningen, na Holanda, compararam dados de 4.231 pacientes infectados entre março de 2020 e agosto de 2021 com informações de 8.462 pessoas saudáveis (grupo controle) para analisar quais são os sintomas mais frequentemente durante a Covid longa.
Eles descobriram que 21% dos infectados tiveram ao menos um sintoma novo ou com intensidade mais grave no período de três a cinco meses após a Covid em comparação com os sintomas apresentados durante a infecção viral.

Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada Freepik

Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo Pixabay

Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais iStock

Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar Getty Images

A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus Freepik

Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo Metrópoles

Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo Getty Images

Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia Getty Images

Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa Getty Images

Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns Getty Images

O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52% Getty Images

Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade Getty Images

O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar Getty Images
Os mais recorrentes foram dificuldade para respirar, dor no peito, dor ao respirar, dor nos músculos, perda de olfato, formigamento nas mãos ou pés, nódulo na garganta, sensação alternada de frio e calor e braços e pernas cansados.
Os pesquisadores destacam que o estudo não avaliou o efeito das vacinas na evolução da Covid longa, pois a maioria dos dados foi coletada antes da implementação delas no país.
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