Terapia com laser pode amenizar problemas de memória, mostra estudo
Técnica com laser de luz não invasivo e indolor pode ser benéfica para o tratamento de pessoas com condições relacionadas à atenção
atualizado
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Cientistas da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e da Universidade Normal de Pequim, na China, demonstraram em um estudo que a terapia com laser de luz chamada fotobiomodulação transcraniana (tPBM) pode melhorar a memória de curto prazo em até 25%. Os resultados otimistas foram publicados na última sexta-feira (2/12), na revista Science Advances.
A técnica não invasiva e indolor tem como alvo o córtex pré-frontal direito, área importante para a memória de trabalho, que nos permite reter uma determinada quantidade de informação durante um período curto de tempo.
O estudo internacional contou com 90 voluntários com idades entre 18 e 25 anos. Eles foram separados em três grupos: o primeiro recebeu o tratamento com ondas de luz de 1.064 nm no córtex pré-frontal direito; o segundo, com laser de comprimentos de onda de 852 nm direcionados à mesma região; e o terceiro teve ondas de 1.064 nm aplicadas no córtex pré-frontal esquerdo.
Cada participante também passou por uma sessão com tPBM falso ou inativo para comparação do efeito placebo.
Doze minutos após o tratamento com o laser tPBM, os voluntários passaram por um teste de memória onde deveriam lembrar as orientações ou cores de um conjunto de objetos exibidos em uma tela.
Aqueles tratados com o laser no córtex pré-frontal direito a 1.064 nm tiveram melhor desempenho nos testes em comparação com os demais. Eles conseguiram lembrar de quatro a cinco objetos do exame enquanto os outros participantes lembraram entre três a quatro.
Exames de monitoramento por eletroencefalograma realizados durante o experimento também revelaram mudanças positivas na atividade cerebral associadas ao desempenho da memória de curto prazo.

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“Pessoas com condições como TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) ou outras relacionadas à atenção podem se beneficiar desse tipo de tratamento, que é seguro, simples e não invasivo, sem efeitos colaterais”, disse o co-autor do estudo, Dongwei Li, pesquisador do Centro de Saúde do Cérebro Humano da Universidade de Birmingham.
Estudos anteriores feitos com camundongos já mostraram os benefícios do tratamento com tPBM na memória de curto de prazo nos animais. Em humanos, o laser melhorou a velocidade de reação, precisão e melhor desempenho de outras funções cognitivas como atenção e emoção. Mas este é o primeiro estudo que consegue confirmar a ligação entre a terapia e a melhora da memória de curto prazo em humanos.
Os pesquisadores querem fazer mais levantamentos para entender exatamente como o tratamento contribui com a memória de curto prazo e a duração de seus efeitos.
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