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Saúde faz campanha para incentivar doações regulares de sangue

Segundo o Ministério da Saúde, 1,6% da população é doadora, mas OMS considera 3% como ideal. Campanha visa chamar pessoas aos hemocentros

atualizado

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Apenas 1,6% dos brasileiros é doador de sangue atualmente. O número, divulgado pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira (14/6), não é baixo, mas poderia ser melhor. O Ministério diz que considera o número aceitável, mas espera elevar a proporção até pelo menos o nível tido como ideal pela Organização Mundial de Saúde, de 3% da população. Para alcançar o objetivo, a pasta lançou uma campanha para incrementar os estoques dos bancos de sangue.

Como parte desse esforço, a campanha “Doe sangue regularmente, tem sempre alguém precisando de você” fica no ar até o próximo dia 30. Além da data – 15 de junho é o Dia Mundial do Doador de Sangue -, o período foi escolhido porque, nessa época, os estoques de sangue nos hemocentros costumam baixar ao mesmo passo em que o clima fica mais frio. A ação contará com vídeos educativos, jingle, publicações em redes sociais e distribuição de material gráfico.

Ainda conforme o Ministério, em 2018 o investimento para a área de sangue e derivados está previsto em R$ 1,3 bilhão. Os recursos são para modernização das unidades de coleta e estoque, qualificação de profissionais, medicamentos de alto custo (para hemofílicos, por exemplo) e estruturação da rede nacional.

Perfil do doador
A maioria dos doadores de sangue no Brasil – 42% – são jovens, com idade entre 18 e 29 anos. Em 2017, 3,3 milhão de pessoas doaram sangue e 2,8 milhões precisaram de uma transfusão sanguínea. Entre os doadores, 60% foram do sexo masculino.

O Brasil conta hoje com 32 hemocentros coordenadores e 2.034 serviços de hemoterapia, como hemocentros regionais, núcleos de hemoterapia, unidades de coleta e transfusão, central de triagem e laboratorial de doadores.

A doação no Brasil é 100% voluntária – ou seja, não pode haver contrapartida financeira. Uma única doação, de acordo com a pasta, beneficia até quatro pessoas.

Faceboook
Desde o mês passado, o Facebook tem no Brasil uma ferramenta de cadastro de potenciais doadores, que visa encurtar a ponte entre quem quer doar e quem precisa receber. A ideia é que os bancos de sangue chamem os doadores cadastrados nas suas proximidades quando estiverem precisando reabastecer seus estoques. O Hemocentro de Brasília é uma das instituições inclusas nessa primeira fase de implementação da ferramenta, junto com outras cinco unidades.

“Sangue não se vende e não se compra no Brasil. Doar é um ato de altruísmo. Temos estoques adequados de sangue, mas as pessoas que doam, não doam com regularidade. Esse recurso vai efetivamente salvar vidas. Esse é o desafio. Essa ferramenta vai evitar que pessoas morram. Não é só uma fala”, avaliou o coordenador do Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Flávio Vormittag, na época do lançamento, em São Paulo.

Quem pode doar?

– Pessoas entre 16 e 69 anos
– Menores de 18 anos precisam do consentimento dos responsáveis
– Pessoas com mais de 60 anos só poderão doar se já tiverem doado alguma vez até os 59
– O peso mínimo para doação é 50 kg

Impedimentos temporários:

– Gripe, resfriado e febre (aguardar sete dias após o desaparecimento dos sintomas)
– Gravidez
– Período pós-gestação (90 dias para parto normal e 180 para cesarianas)
– Amamentação (até 12 meses após o parto)
– Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação
– Tatuagem ou piercing recentes (últimos 6 meses)
– Exames ou procedimentos com uso de endoscópio nos últimos 6 meses
– Situação de risco para DSTs (12 meses após exposição)

Impedimentos definitivos:

– Ter tido hepatite após os 11 anos de idades
– Evidência clínica ou laboratorial de hepatites B e C, HIV, doença de Chagas e vírus HTLV I e II
– Uso de drogas injetáveis
– Malária

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