Ritalina: remédio para TDAH pode ajudar a tratar Alzheimer, diz estudo
Revisão de 19 estudos feito por instituições britânicas mostra melhora em alguns sintomas da condição, como memória, linguagem e apatia
atualizado
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Pesquisadores das universidades de Cambridge e London College, além do Imperial College London, todos no Reino Unido, fizeram uma revisão de 19 estudos que tratavam pacientes com Alzheimer e descobriram que medicamentos usados para tratar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) (como a ritalina, por exemplo) podem aliviar os sintomas da demência.
Dados de cerca de 2 mil pacientes entre 65 e 80 anos foram alisados. Os indivíduos tiveram melhora “pequena mas significante” na cognição, memória, fluência verbal e linguagem. Os cientistas também perceberam diminuição considerável da apatia, um sintoma comum em idosos com Alzheimer.
A principal explicação para o sucesso dos medicamentos é que eles atuam lidando com a noradrenalina, uma substância ligada a uma rede de neurônios imprescindível para processos cognitivos.
O levantamento foi publicado na revista científica Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry. O professor Mark Dallas, da Universidade de Reading, também na Inglaterra, foi um dos revisores do estudo. Segundo ele, a pesquisa é “uma provocação interessante de que drogas usadas para lidar com outras condições podem se unir à luta contra a demência”.
A chefe do instituto de pesquisa de Alzheimer do Reino Unido, Rosa Sancho, afirma que, apesar dos bons resultados, os estudos analisados variam em qualidade, e é difícil compará-los.

Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images

Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images

Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images

Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images

Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images

Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images

Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images

O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images
“Não podemos ter certeza ainda sobre quais efeitos os medicamentos podem ter no dia a dia de uma pessoa com Alzheimer, e não sabemos se os benefícios são maiores do que os riscos”, pondera. Os principais efeitos colaterais dos remédios contra o TDAH são perda de apetite e problemas para dormir, mas podem incluir ainda taquicardia e pressão alta.
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