O colesterol é encarado como o grande vilão da saúde, já que é o principal causador de doenças cardiovasculares e também está relacionado a problemas nos rins e à doença aterosclerótica. No entanto, o problema nem sempre é causado pelo colesterol ruim. “Temos, por exemplo, o colesterol HDL, considerado o bom colesterol, que, quando em excesso, é decomposto e removido do corpo”, explica a médica nefrologista e intensivista Caroline Reigada.
“Já o colesterol LDL, conhecido como mau colesterol, pode gerar o acúmulo de placas de gordura nas artérias, impedindo ou dificultando a passagem do sangue e levando a graves complicações, como AVC ou infarto. Por não receberem o sangue suficiente para filtrar as impurezas, os rins também podem ser comprometidos, já que as artérias já se encontram obstruídas pelas placas de gordura”, acrescenta a especialista.
Com o estilo de vida atual, os altos níveis de LDL são comuns. De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que 40% dos brasileiros têm o chamado “colesterol alto”. A condição deve gerar alerta, já que ela costuma agravar sem gerar sintoma nenhum. “Em alguns casos, a primeira manifestação da alta do colesterol é um evento como infarto ou derrame, quando já é tarde para prevenir”, alerta a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

O colesterol é um composto gorduroso essencial para produção da estrutura das membranas celulares e de alguns hormôniosSebastian Kaulitzki/Science Photo Library/Getty Images

No entanto, o que entendemos normalmente como colesterol é, na verdade, um somatório de diferentes tipos: os famosos HDL e LDLGetty Images

O LDL, conhecido como colesterol "ruim", quando está em níveis altos, pode formar uma placa nas paredes das artérias, dificultando ou impedindo a passagem do sangueistock

Quanto mais elevadas as taxas de LDL, maior o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC)VSRao/https://pixabay.com

Apesar de silencioso, alguns sinais podem dar indícios do problema Unsplash

São eles: xantelasmas e xantomas (pequenas bolinhas de gordura que aparecem na pele), dores na barriga, nos dedos dos pés e das mãosGetty Images

Para controlar o colesterol ruim é importante realizar, por exemplo, exercícios durante 30 minutos por dia, três vezes por semanaiStock

Aumentar a ingestão de fibras solúveis, como farinha e farelos de aveia, que absorvem o excesso de colesterol no intestino e o eliminam do corpoTatyana Berkovich/istock

Aumentar a ingestão de gorduras saudáveis, que estão presentes no azeite extravirgem e nos alimentos ricos em ômega 3iStock

E aumentar a ingestão de bebidas como chá-preto e suco de berinjela, que também ajudam no controle do colesterolTatyana Berkovich/istock
Além de silencioso, o colesterol ruim pode causar problemas em outros órgãos. A melhor maneira de encarar a doença é sempre com a prevenção. “A redução do colesterol é uma das medidas mais importantes para promover a saúde geral do coração. Infelizmente, poucas pessoas entendem as etapas essenciais para atingir essa meta”, destaca Caroline.
Realizar exames preventivos regularmente é a melhor maneira de monitorar o avanço do colesterol e a saúde como um todo. “Aqueles que já apresentam níveis de colesterol acima do recomendado devem consultar um médico regularmente, afinal, a intensidade do controle do colesterol, com o uso de medicamentos ou apenas com a adoção de uma alimentação balanceada, depende do risco cardiovascular de cada indivíduo, variando caso a caso”, esclarece Aline.
No entanto, algumas outras medidas podem controlar os níveis do colesterol ruim no organismo. Confira as dicas de especialistas!
Evite as gorduras não-saudáveis
As gorduras trans e saturadas devem ser evitadas, pois podem favorecer a inflamação do organismo e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. “A ingestão de frituras de imersão e carnes gordas, por exemplo, deve ser reduzida, pois não fazem bem para circulação, aumentando a quantidade de colesterol nas artérias e favorecendo a aterosclerose”, diz Aline.
Tome cuidado com o excesso de açúcar
De acordo com a cirurgiã-vascular, estudos recentes apontam que os carboidratos e o açúcar são grandes agentes no aumento do colesterol. “Esses alimentos, em excesso, podem levar também ao desenvolvimento de diabetes e problemas como resistência à insulina. O açúcar em excesso acarreta maior inflamação, com consequente risco de diabetes – que é o maior fator de risco para doença renal crônica no mundo”, completa Caroline.
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