A campanha Julho Laranja, criada em 2019, faz um alerta para a importância dos cuidados com a saúde bucal de crianças, pré-adolescente e adolescentes com idade entre 6 e 12 anos, ainda em fase em desenvolvimento. Dentistas chamam a atenção de pais para a prevenção ortodôntica precoces e os problemas de oclusão dentária, a forma como os dentes e maxilares se encaixam.
A odontopediatra e cirurgiã dentista Ianara Pinho (foto em destaque) explica que a maioria dos pais busca o tratamento ortodôntico para os filhos depois que eles completam a troca dos dentes de leite, por volta dos 12 anos. No entanto, “observou-se que muitos problemas já estavam instalados nesse momento” e alguns poderiam ser tratados mais cedo com procedimentos mais simples e baratos.
Esse é o caso da chamada “mordida cruzada”, quando alguma parte da arcada dentária superior se encaixa por dentro da arcada inferior. Quando o paciente tem entre 6 e 7 anos, ela pode ser resolvida com a expansão do céu da boca com o uso de aparelho ortopédico, uma vez que mexe com os ossos. Quando ele está mais velho, o procedimento tende a ser mais custoso, com algumas indicações de cirurgia.
A melhor forma de prevenir doenças bucais ainda é a higienização completa da boca. Ela inclui o uso correto do fio dental; a escovação dos dentes, no mínimo, após as refeições principais; o uso do enxaguante bucal quando indicado pelo profissional, no caso das crianças; e visitas periódicas ao dentista.
Com a pandemia da Covid-19 e as consultas sendo realizadas com mais espaçamento de horário umas das outras, a dentista recomenda que os pacientes implementem em suas rotinas o autoexame bucal no momento da escovação. “Aproveite para olhar a região interna da boca, nas bochechas e atrás da língua”, explica.
No caso dos adultos, em especial os com mais de 40 anos, é importante ficar atento às manchas avermelhadas, esbranquiçadas e feridas. As lesões que permanecem por 10 a 14 dias podem ser indícios de câncer bucal, segundo Ianara.
“Existem muitos problemas bucais que evoluem para infecções mais graves, que começam em virtude de má higienização. Isso gera inflamações, problemas periodontais e até perdas de dentes”, ressalta Ianara.