metropoles.com

Genética: 51% dos brasileiros têm tendência a intolerância à lactose

A maioria das 200 mil pessoas que fizeram análises genéticas têm a tendência, que depende da ascendência do paciente, de acordo com pesquisa

atualizado

Compartilhar notícia

foto de mulher segurando copo de leite próximo a barriga - Metrópoles
1 de 1 foto de mulher segurando copo de leite próximo a barriga - Metrópoles - Foto: null

Mais da metade da população brasileira (51%) tem tendência genética à intolerância à lactose, de acordo com dados divulgados nesta terça (25/4) pelo laboratório genético Genera. As informações, baseadas nos resultados de exames de análise genética, apontam que outras doenças, como câncer de mama e obesidade, também estão no DNA do brasileiro.

O levantamento O Perfil do DNA do Brasileiro na Saúde coletou dados de cerca de 200 mil clientes do Genera, desde sua fundação, há 13 anos. A partir das informações consolidadas dessa base, foi possível identificar algumas doenças que são frequentes nas informações genéticas dos pacientes e cruzá-las também com outras informações de ancestralidade.

No caso da intolerância à lactose, por exemplo, se descobriu que ela é menos frequente entre pessoas com a maior parte da origem genômica europeia.

Problemas de saúde ancestrais

“Foi no centro da Europa que começou o hábito de cultivar gado, então a intolerância aparece só em 9% de descendentes mais próximos dessas populações. Mas no caso de pessoas com forte ascendência nigeriana ou do Sudeste Asiático, 100% tiveram alta tendência”, aponta o médico geneticista Ricardo di Lazzaro Filho, cofundador da Genera.

Dentro dos 200 mil exames observados para o estudo, a ascendência europeia era predominante, ocupando 75% dos DNAs analisados. Para o laboratório, isso ocorre pelos altos custos envolvidos na realização do exame, que tem o valor aproximado de R$ 900.

“Embora a nossa base de dados seja ampla, ela é um recorte da população e temos consciência disso. Nosso sonho é que as possibilidades de chegar a um exame desses se tornem mais acessíveis para que os retratos sejam tão fiéis no coletivo como são no nível individual”, aponta di Lazzaro.

Obesidade também é maioria

Os dados divulgados também mostraram que a ampla maioria dos brasileiros, 71% dos examinados, têm risco de desenvolver obesidade. Segundo o levantamento, 58% dos brasileiros têm tendência corporal ao armazenamento de gordura e 34% apresentam uma propensão a comer mais açúcar do que deveriam — e tudo isso pode ser lido no DNA.

Claro que, além da propensão genética, entram na conta também os hábitos de vida de cada pessoa. “Quando um nutricionista tem acesso a estes dados, a gente consegue planejar um plano alimentar muito mais preciso e personalizado”, explica a nutricionista Ariana Rocha. “Pela genética, a gente pode entender tanto o que precisamos ingerir como perceber que a alimentação foi modificando e ativando partes específicas do nosso DNA ao longo da vida”, completa.

Ainda entre as tendências genéticas alimentares divulgadas pelo Genera, os dados mostram que 64% das pessoas examinadas têm o DNA da fome emocional, ou seja, uma tendência a se alimentar mais que o devido quando expostas a situações de estresse.

Incidência de câncer

As análises genéticas também permitiram demonstrar quais são os tipos de câncer mais presentes no DNA do brasileiro. Muitos dos examinados apresentaram alto risco de desenvolver tumores, e foi observada uma alta frequência dos cânceres de:

  1. Mama – 30,9%
  2. Próstata – 23,5%
  3. Ovário – 19,8%
  4. Tireoide – 18,9%
  5. Bexiga – 18,1%
  6. Colorretal – 16,4%
  7. Melanoma – 11,2%
0

Longevidade e qualidade de vida

No quesito longevidade e doenças que são adquiridas com o envelhecimento, os cientistas também detectaram fatores preocupantes. Em 85% das pessoas examinadas, foi observada uma predisposição ao fotoenvelhecimento, ou seja, enfraquecimento da pele por exposição ao sol.

Em 58% da população, há tendência de desenvolvimento da calvície, e 39% dos brasileiros possuem o marcador genético da degeneração macular relacionada à idade, que desencadeia perda de visão com o envelhecimento.

Teste não é diagnóstico

Para os diretores do laboratório, o exame é importante não por ser uma sentença, mas por permitir que as pessoas modifiquem hábitos de saúde e de alimentação para evitar as doenças.

“Nós observamos em entrevistas que 30% dos clientes que fazem os exames conosco acabam procurando um cardiologista depois dos testes, por exemplo. Nossos serviços permitem que eles possam se planejar para evitar problemas que podem aparecer no futuro”, aponta di Lazzaro.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?