Dengue: União Europeia aprova uso de segunda vacina contra a doença
Vacina da Takeda é a primeira desenvolvida para pessoas que nunca foram expostas à dengue e a segunda aprovada no mundo contra a doença
atualizado
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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou, nesta quinta-feira (8/12), o uso da vacina contra a dengue da farmacêutica Takeda. O imunizante, chamado Qdenga, é o primeiro desenvolvido para pessoas que não foram previamente expostas ao patógeno responsável pela doença.
A vacina de vírus atenuado é destinada à imunização de pessoas com 4 anos ou mais, para a prevenção de qualquer um dos quatro sorotipos da dengue. Estudos clínicos mostram que ela confere ampla proteção inclusive para crianças pequenas e adultos com mais de 45 anos de idade após a aplicação das duas doses.
Além do imunizante da farmacêutica japonesa, há apenas um outro disponível para a prevenção da dengue, a Dengvaxia, desenvolvido pela francesa Sanofi e aprovado em 2015. No entanto, esta opção só pode ser administrada em pessoas que já foram infectadas.
Em indivíduos sem histórico de infecção, a Dengvaxia aumenta o risco de doença grave, com febre hemorrágica, que pode ser causada por uma condição rara chamada intensificação dependente de anticorpos (ADE), na qual a vacinação induz anticorpos que pioram uma infecção subsequente.

Dengue, Zika e Chikungunya são doenças cujos nomes são conhecidos no Brasil. Os três vírus transmitidos pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, têm maior incidência no país em períodos de chuva e calor, e apresentam sintomas parecidos, apesar de pequenas sutilezas os diferenciarem Joao Paulo Burini

Febre, dor no corpo e manchas vermelhas são sintomas comuns de todas as doenças. Apesar disso, a forma distinta como evoluem, a duração dos sintomas e o grau de complicação são algumas das diferenças entre elas IAN HOOTON/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images

Estar atento aos sinais e saber identificar as distinções é importante para um diagnóstico e tratamento precisos, pois, apesar do que se pensa, essas doenças são perigosas e podem matar boonchai wedmakawand/ Getty Images

Na dengue, os sinais e sintomas duram entre dois e sete dias. As complicações mais frequentes, além das já mencionadas, são dor abdominal, desidratação grave, problemas no fígado e neurológicos, além de dengue hemorrágica Uwe Krejci/ Getty Images

Além disso, dores atrás dos olhos e sangramentos nas mucosas, como a boca e o nariz, também podem acontecer em pacientes que contraem a dengue SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images

Os sintomas da zika são iguais aos da dengue, só que a infecção não costuma ser tão severa e passa mais rápido. Há, no entanto, um complicador caso a pessoa infectada esteja grávida Sujata Jana / EyeEm/ Getty Images

Nestas situações, a doença pode prejudicar o bebê em formação causando microcefalia, alterações neurológicas e/ou síndrome de Guillain-Barré, no qual o sistema nervoso passa a atacar as células nervosas do próprio organismo DIGICOMPHOTO/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images

Já os sintomas da chikungunya duram até 15 dias e, segundo especialistas, provoca mais dores no corpo, entre as três doenças Peter Bannan/ Getty Images

Assim como a infecção pela zika, a chikungunya pode resultar em alterações neurológicas e síndrome de Guillain-Barré Joao Paulo Burini/ Getty Images

Apesar de não existirem tratamentos para as doenças, há medicamentos que podem aliviar os sintomas, bem como a indicação de repouso total. Além disso, aspirinas não devem ser utilizadas, pois podem piorar o quadro do paciente Milko/ Getty Images

Caso haja suspeita de infecção por qualquer um dos vírus, é importante ir ao hospital para identificar do que se trata e, assim, iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível FG Trade/ Getty Images

O Aedes aegypti é um mosquito que se aproveita de lixo espalhado e locais mal cuidados e é favorecido pelo calor e pela chuva. Por isso, impedir a presença de água parada em sua casa, rua e empresa é o suficiente para travar a proliferação do inseto Bloomberg Creative Photos/ Getty Images
Dengue
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a doença causada pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti mata aproximadamente 20 mil pessoas todos os anos, na maioria crianças.
O último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre arboviroses mostra que o Brasil acumula 975 óbitos causados pela doença até novembro de 2022. O número é o mais alto desde 2015, quando foram registradas 986 mortes.
No país, o Instituto Butantan está desenvolvendo, desde 2009, uma versão do imunizante contra dengue. O produto está na última fase do estudo clínico, mas a fórmula ainda não foi submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nas fases anteriores da pesquisa foram constatadas a geração de anticorpos em 100% dos voluntários que já haviam tido contato com a doença e em mais de 90% dos que nunca tiveram dengue. A vacina em dose única, para proteção contra os quatro subtipos da doença, se mostrou segura e não causou efeitos adversos considerados graves.
(Com informações da agência Reuters)
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