São Paulo – O estado de São Paulo já registrou três vezes mais mortes causadas por dengue do que em 2021. Até o final de outubro, 274 pessoas morreram vítimas da doença. No mesmo período do ano passado, as cidades paulistas perderam 62 pacientes com esse diagnóstico.
O número de casos da infecção transmitida pelo Aedes aegypti aumentou 128%. Até o final de outubro de 2021, a Secretaria Estadual de Saúde tinha recebido 139,2 mil notificações da doença. Neste ano, já foram reportados 317,9 mil casos de dengue.
Esse cenário se torna ainda mais preocupante no fim do ano, período que tipicamente tem mais calor e chuvas que favorecem a proliferação das larvas do mosquito transmissor da doença.

A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente a morteJoao Paulo Burini/Getty Images

O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 diasJoao Paulo Burini/ Getty Images

A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidosJoao Paulo Burini/ Getty Images

No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles. Ou seja, é possível ser infectado até quatro vezesBloomberg Creative Photos/ Getty Images

Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitosGuido Mieth/ Getty Images

No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à mortePeter Bannan/ Getty Images

Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sanguePiotr Marcinski / EyeEm/ Getty Images

Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressãoImage Source/ Getty Images

Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriadaGetty Images

Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomasGuido Mieth/ Getty Images

Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetasGetty Images
Dengue, zika e chikungunya
O governo de São Paulo anunciou, na última sexta-feira (11/11), R$ 46,5 milhões para combater a dengue e mais R$ 46,5 milhões para ampliar a vacinação contra Covid-19, sarampo e poliomelite.
O recurso será destinado ao plano de contingência para a prevenção e controle da disseminação da dengue, zika e chikungunya. As ações serão conduzidas pelas prefeituras com apoio técnico do governo estadual.
Plano de contingência
A prioridade do programa é intensificar as visitas domiciliares em imóveis para acabar com criadouros existentes – como caixas d’água sem tampa, pneus, lixos, latinhas e objetos que acumulam água. Também estão previstas nebulizações ambientais para eliminar insetos infectados.
“O final do ano é a época em que ocorre o aumento da elevação de infestação do mosquito Aedes aegpypti. Então, este é o momento ideal para se implementar as ações preventivas”, disse a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica, Tatiana Lang.
A recomendação da secretaria de saúde é guardar materiais de reciclagem em sacos fechados e em locais cobertos. As plantas devem ser mantidas sem pratinhos ou com um recipiente justo ao vaso para não acumular líquido.