Você provavelmente conhece alguém que teve Covid-19 mais de uma vez ao longo dos últimos dois anos. Esse fenômeno se tornou mais comum do que se acreditava no início da pandemia. Agora, dados de pesquisas mostram que as reinfecções aumentam o risco de Covid longa e de complicações como o desenvolvimento de diabetes, problemas renais e cardíacos, por exemplo.
O epidemiologista clínico da Universidade de Washington, em St. Louis, Ziyad Al-Aly, trouxe mais informações sobre o assunto em uma pesquisa, publicada em junho em versão de pré-print. O estudo trouxe dados de 5,6 milhões de militares veteranos dos Estados Unidos.
Cópia de 3 Cards_Galeria_de_Fotos (16)
Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada
Freepik
***Criança doente
Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
Pixabay
***criança doente
Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
iStock
***Covid-Gripe-Omicron-Delta
Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
Getty Images
***Covid-Gripe-Omicron-Delta-3
A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
Freepik
***covid longa
Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
Metrópoles
***ansiedade-isolamento-pandemia-sindrome-saude
Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo
Getty Images
***idoso-covid-ômicron-hospitalização-saúde
Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia
Getty Images
***foto-covid-longa
Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa
Getty Images
***foto-covid-longa
Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns
Getty Images
***foto-covid-longa
O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%
Getty Images
***foto-covid-longa
Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade
Getty Images
Covid longa(4)
O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar
Getty Images
0
O estudo de Al-Aly mostrou que cada nova infecção aumenta o risco de Covid longa, de hospitalização e de mortes por outras causas que não o coronavírus. Pessoas infectadas pela segunda vez corriam um risco 2,5 vezes maior de desenvolver doenças cardíacas ou pulmonares e problemas de coagulação sanguínea. Também observou-se o aumento do risco para problemas cerebrais, diabetes, fadiga crônica e distúrbios mentais.
“O risco aditivo realmente não é trivial, não é insignificante. É realmente substancial”, disse Al-Aly.
A médica infectologista Ana Helena Germoglio explica que qualquer quadro inflamatório infeccioso gera uma resposta imune no corpo, que pode desencadear outros problemas e isso também está sendo observado com a Covid-19.
“A reinfecção pode causar Covid longa ou outros tipos de prejuízo que não somente os respiratórios. Pode levar à alterações de memória, infecção de sistema nervoso, diabetes, problemas renais ou cardíacos”, afirma a infectologista Ana Helena.
Melhor não arriscar
O uso da máscara continua sendo a melhor estratégia para evitar a infecção pelo coronavírus, e a vacinação completa – com as duas doses primárias e os reforços disponíveis –, o jeito mais eficiente de evitar o agravamento da doença.
“Por ser uma doença viral, muito provavelmente as vacinas terão que se modernizar – da mesma forma que fazemos com a vacina da influenza – e a gente terá que se organizar e se comportar de acordo com a circulação do vírus, caso seja muito alta, ou apareça uma variante muito diferente que cause uma resposta diferente”, esclarece a infectologista.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.
Já leu todas as notas e reportagens de Saúde hoje? Clique aqui.
Compartilhar notícia
Compartilhar
Copiar link
Quais assuntos você deseja receber?
Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:
1.
Mais opções no Google Chrome
2.
Configurações
3.
Configurações do site
4.
Notificações
5.
Os sites podem pedir para enviar notificações
Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?