A agência Medicines Patent Pool (MPP), apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU), firmou um acordo que possibilita a produção da pílula antiviral da Merck contra a Covid-19 por 27 fabricantes de medicamentos genéricos. A parceria, fechada nesta quinta-feira (20/1), possibilitará que 105 países de baixa renda recebam o tratamento a um custo menor.
“Este é um passo crítico para garantir o acesso global a um tratamento contra a Covid-19 urgentemente necessário e estamos confiantes de que, como os fabricantes estão trabalhando em estreita colaboração com as autoridades reguladoras, os tratamentos previstos estarão disponíveis rapidamente”, disse o diretor executivo do MPP, Charles Gore.

Desde o início da pandemia, dezenas de cepas da Covid-19 surgiram pelo mundo. No entanto, algumas chamam mais atenção de especialistas: as classificadas como de preocupação e as de interesseViktor Forgacs/ Unsplash

De acordo com a OMS, variantes consideradas de preocupação são aquelas que possuem aumento da transmissibilidade e da virulência, mudança na apresentação clínica da doença ou diminuição da eficácia de vacinas e terapias disponíveisMorsa Images/ Getty Images

Já as variantes de interesse apresentam mutações que alteram o fenótipo do vírus e, assim, causam transmissões comunitárias, detectadas em vários paísesPeter Dazeley/ Getty Images

Apesar da alta taxa de transmissão, a Ômicron possui sintomas menos agressivos que o coronavírusGetty Images

Em setembro de 2020, a variante Alfa foi identificada pela primeira vez no Reino Unido. Ela possui alta taxa de transmissão e já foi localizada em mais de 80 países. Apesar de ser considerada como de preocupação, as vacinas em uso são extremamente eficazes contra elaAline Massuca/Metrópoles

Com mutações resistentes, a variante Beta também foi classificada como de preocupação pela OMS. Identificada pela primeira vez na África do Sul, ela possui alto poder de transmissão, consegue reinfectar pessoas que se recuperaram da Covid-19, incluindo já vacinadas, e está presente em mais de 90 paísesMorsa Images/ Getty Images

A variante Gama foi identificada pela primeira vez no Brasil e também é considerada de preocupação. Ela possui mais de 30 mutações e consegue escapar das respostas imunológicas induzidas por imunizantes. Apesar disso, estudos comprovam que vacinas disponíveis oferecem proteçãoNIAID/Flickr

A variante Delta era considerada a mais transmissível antes da Ômicron. Identificada pela primeira vez na Índia, essa variante está presente em mais de 80 países e é classificada pela OMS como de preocupação. Especialistas acreditam que a Delta pode causar sintomas mais severos do que as demaisFábio Vieira/Metrópoles

Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron também foi classificada pela OMS como de preocupação. Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, número superior ao das demais variantes, é mais resistente às vacinas e se espalha facilidadeAndriy Onufriyenko/ Getty Images

Classificada pela OMS como variante de interesse, a Mu foi identificada pela primeira vez na Colômbia e relatada em ao menos 40 países. Apesar de ter domínio baixo quando comparada às demais cepas, a Mu tem maior prevalência na Colômbia e no EquadorCallista Images/Getty Images

Apesar de apresentar diversas mutações que a tornam mais transmissível, a variante Lambda é menos severa do que a Delta, e é classificada pela OMS como de interesse. Ela foi identificada pela primeira vez no PeruJosué Damacena/Fiocruz

Localizada nos Estados Unidos, a variante Épsilon é considerada de interesse pela OMS. Isso porque a cepa possui a capacidade de comprometer tanto a proteção adquirida por meio de vacinas quanto a resistência adquirida por meio da infecção pelo vírusGetty Images

As variantes Zeta, identificada no Brasil; Teta, relatada nas Filipinas; Capa, localizada na índia; Lota, identificada nos Estados Unidos; e Eta não são mais consideradas de interesse pela OMS. Essas cepas fazem parte do grupo de variantes sob monitoramento, que apresentam risco menorGetty Images
Um estudo publicado em dezembro de 2021 na revista científica New England Journal of Medicine mostrou que o antiviral molnupiravir é eficaz, reduzindo em cerca de 30% as hospitalizações e mortes de pacientes de alto risco para a Covid-19, segundo os ensaios clínicos.
O acordo permite que 27 fabricantes da Índia, China, países da África, Ásia e Oriente Médio produzam ingredientes e o medicamento acabado.
Segundo a MPP, a Merck e as parceiras Ridgeback Biotherapeutics e Emory University não receberão royalties pela venda das versões genéricas do medicamento enquanto a Covid-19 for classificada como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).