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Covid: OMS monitora nova subvariante do coronavírus na Índia

Cepa BA.2.75 identificada no país já está em outros seis. Ainda não há informações sobre se a versão é mais transmissível ou perigosa

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ilustração de um coronavírus, colorida, azul em fundo branco
1 de 1 ilustração de um coronavírus, colorida, azul em fundo branco - Foto: GettyImages

Em entrevista coletiva nesta quarta (6/7), o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a agência internacional de promoção à saúde está monitorando mais uma subvariante do coronavírus, a BA.2.75.

A cepa, derivada da Ômicron, foi identificada na Índia, mas também já foi detectada no Japão, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Até o momento, 85 pacientes apresentaram a subvariante, de acordo com o banco de dados Nextstrain, que reúne informações genômicas sobre o coronavírus.

Os cientistas consideram que ainda é muito cedo para dizer se a BA.2.75 pode se tornar dominante — as subvariantes BA.4 e BA.5 são as mais comuns neste ponto da pandemia. Porém, o pesquisador israelense Shay Fleishon, do Sheba Medical Center, acredita que a nova cepa pode indicar o início de uma nova onda de subvariantes.

“O fato que uma variante de segunda geração tão divergente sobreviver entre infectados é alarmante. Isso significa que mesmo se a BA.2.75 não tiver sucesso, ou até se tiver, outras cepas podem se desenvolver ao longo dos meses”, escreveu o cientista no Twitter.

O laboratório americano Bloom Lab analisou a cepa, e afirma que há duas mutações importantes no código genético: uma que pode ajudar a variante a fugir da defesa oferecida pelas vacinas, e outra, que aumenta a habilidade do vírus de se ligar à ACE2, proteína usada pelo coronavírus para invadir as células.

Futuro da pandemia

O diretor-geral da OMS afirmou que, na última semana, a entidade registrou um aumento de 30% nos novos casos de Covid-19 no mundo, mas mortes e hospitalizações em unidades de terapia intensiva ainda estão sob controle, confirmando o poder das vacinas. Ghebreyesus alertou para a diminuição “dramática” da testagem em vários países, que dificulta o controle do vírus.

Questionados se a pandemia está finalmente no final, os diretores da OMS responderam que ainda não. “Ainda estamos nela, e o vírus ainda tem muita força. É um patógeno que tem potencial para ser endêmico, mas não podemos tomar essa decisão agora”, explica Abdi Mahamud, gerente de incidentes da agência internacional.

O diretor-geral da OMS lembrou que um dos grandes problemas ainda não solucionados da pandemia é a dificuldade na distribuição igualitária de vacinas e medicamentos. Países ricos seguem monopolizando a produção. “Novos tratamentos, especialmente antivirais promissores, ainda não estão chegando a países de baixa renda, evitando que populações inteiras tenham acesso aos remédios”, lembra Ghebreyesus.

A assistente do diretor-geral, a brasileira Mariângela Simão, diz que a situação da Covid-19 é uma “repetição da história”. Segundo ela, o quadro é semelhante ao enfrentado com o HIV: drogas promissoras foram descobertas e distribuídas em países ricos, e só chegaram aos mais pobres, que mais precisavam, anos depois, com mais de 67 milhões de mortes de atraso.

“É o caso de repensarmos nosso valores. Quando temos uma tecnologia inovadora que pode mudar o jogo, ela precisa estar disponível para quem precisa no tempo certo. Milhões de vidas são atingidas porque as vacinas demoraram para chegar. Sempre que estamos atrasados, vidas são perdidas”, afirma.

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