Um dos cânceres infantis mais raros, o carcinoma adrenal é considerado de difícil identificação. Estima-se que um ou dois pacientes a cada um milhão sofra com a condição, que geralmente afeta crianças com 1 a 2 anos de idade, entre 7 e 16 anos, e adultos com mais de 50 anos.
Um dos principais complicadores do câncer adrenal é que os sinais são muito parecidos com os da puberdade precoce, o que pode atrasar o diagnóstico, permitindo o crescimento e avanço do tumor.
Mais sobre o assunto
A doença
O câncer adrenal tem origem no córtex da própria glândula, que fica localizada acima dos rins. Ela é responsável pela produção de alguns hormônios essenciais, como o cortisol, aldosterona, adrenalina e noradrenalina.
A condição pode ser desencadeada por motivos genéticos, mas muitos casos são idiopáticos, ou seja, surgem espontaneamente e sem doenças familiares associadas.
Sintomas
“Os sinais podem surgir também na pré-adolescência e não apenas na infância. Logo, ao notar algum deles, é muito importante que os pais busquem um endocrinologista para que seja feito o diagnóstico correto”, explica a endocrinologista Lorena Lima Amato, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Ela alerta que os sintomas do carcinoma adrenal podem ser confundidos com os sinais tradicionais da puberdade:
- Surgimento e o aumento de pelos;
- Acne;
- Engrossamento da voz;
- Ganho de massa muscular;
- Hipertrofia de clitóris;
- Aumento do tamanho do pênis;
- Oleosidade na pele;
- Massa abdominal palpável.
A endocrinologista explica que as mudanças acontecem porque a glândula adrenal produz hormônios chamados andrógenos, que são responsáveis pelas características sexuais masculinas. Em excesso, as substâncias podem desencadear sinais de virilização na criança.
O câncer adrenal é considerado muito raro, e não se sabe exatamente quais são os fatores de risco. Os tumores adrenais nem sempre são malignos, e é importante investigar ao notar os sintomas.
Por se tratar de uma doença agressiva e de difícil identificação, o câncer adrenal infantil não tem um prognóstico positivo. Contudo, o acompanhamento profissional deve ser feito para minimizar os danos causados pela condição.
Além do diagnóstico correto, o endocrinologista pode ajudar a criança com o manejo hormonal. Já o oncologista ficará responsável pelo tratamento quimioterápico e cirúrgico para a retirada do tumor.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.
