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Balbúrdia: cinco pesquisas inovadoras da UnB na área da saúde

De tratamentos para o câncer até a criação de pulseiras para ajudar pacientes com diabetes, os pesquisadores produzem trabalhos importantes

atualizado

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Research & development
1 de 1 Research & development - Foto: akindo/GettyImages

A Universidade de Brasília, reconhecida como uma das melhores da América Latina, é celeiro de pesquisadores e estudos promissores. Dos laboratórios da instituição saem novas experiências e pesquisas sobre assuntos que importam para a saúde de todos. Tratamentos diferentes, possibilidades de suplementação benéfica ou dispositivos que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes são criados na “balbúrdia”.

Com o contingenciamento de verbas das universidades públicas do Brasil, uma das áreas mais afetadas será a de pesquisa. Selecionamos estudos inovadores que estão sendo produzidos na UnB. Alguns possuem o reconhecimento de publicações internacionais – até da renomada revista Nature. Confira:

  • Desenvolvimento de quimioterapia usando nanotecnologia para câncer de mama

Em colaboração com a Freie Universität de Berlim, a equipe do professor João Paulo Longo está desenvolvendo uma forma inovadora de entregar medicamentos de quimioterapia para pacientes. Evitando a toxicidade, o grupo utiliza nanotecnologia para levar o remédio especificamente para os tecidos tumorais. Os resultados até agora foram a diminuição quase completa dos efeitos colaterais da Doxorubicina, um dos quimioterápicos usados no tratamento do câncer de mama. Outro resultado importante foi reduzir e até eliminar metástases pulmonares.

A pesquisa foi publicada no periódico internacional Nanomedicine, um dos mais importantes da área, e ainda está em andamento. Atualmente, é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e Fundação Van Humbolt, da Alemanha.

      • Ativação de molécula pela luz e aplicação no tratamento de câncer

A equipe do professor de bioquímica Luiz Alexandre Muehlmann estudou oito e conseguiu curar sete cachorros que sofriam com câncer. A ideia é irradiar luz para ativar o remédio apenas no local do problema, diminuindo a toxicidade do tratamento. A doutoranda em veterinária Martha S. T. Rocha e os professores Ricardo Bentes de Azevedo e Carolina Madeira Lucci também são responsáveis pela pesquisa.

O procedimento é mais fácil de explicar com uma analogia: o suco de limão, por exemplo, não é tóxico para o organismo humano, mas quando em contato com o sol, acaba queimando a pele. O tratamento proposto pela UnB é semelhante. O paciente tomaria o medicamento completamente seguro e seria irradiado com uma luz apenas no local do câncer, onde a substância se tornaria tóxica e combateria a neoplasia. O estudo foi publicado na última semana na revista Photodiagnosis and Photodynamic Therapy.

“É um tratamento bem barato e provamos que funciona em cachorros, a princípio. Agora, queremos expandir. Um tratamento semelhante está sendo feito com humanos, mas não com a molécula que temos. Estou indo para a Suíça conversar com um pessoal que trata câncer de pele para aplicar a pesquisa por lá, mas precisamos da indústria farmacêutica para testar no Brasil”, conta o pesquisador.

  • Pesquisa afirma que ômega 3 mata células de câncer de mama

Publicada na renomada revista internacional Scientific Reports, do grupo Nature, o estudo da professora Kelly Grace Magalhães faz uma relação entre o ômega 3 e o combate ao câncer de mama. A docente explica que a substância DHA, presente no ômega 3, tem uma atividade antitumoral nas células de câncer de mama. O diferencial do estudo é ter descrito, pela primeira vez, como a substância consegue matar a célula.

“Além disso, ela causa uma inflamação local que ativa as células imunológicas e é benéfica para a eliminação desse tumor. Esse trabalho foi todo desenvolvido no Laboratório de Imunologia e Inflamação da Universalidade de Brasília e aponta um novo caminho para a suplementação em pacientes em tratamento quimioterápico de câncer de mama, bem como para a prevenção”, conta Kelly Grace.

A primeira pesquisa foi publicada em 2018 e, neste fim de semana, um prosseguimento do estudo deve ganhar as páginas de uma revista suíça. Os pesquisadores descobriram que é importante verificar a dose de ômega 3 administrado nos pacientes com câncer de mama. Enquanto em altas concentrações ele mata o câncer, em baixas ajuda a ativar células cancerígenas. “O ômega 3 é muito benéfico, mas a dose precisa ser criteriosamente avaliada. E nosso estudo segue: até agora tudo foi analisado em laboratório e estamos começando a testar em vivo, com camundongos, para correlacionar esses achados com a suplementação em humanos”, ensina.

    • Pesquisa relaciona perda auditiva à obesidade

Além de todos os problemas de saúde decorrentes da obesidade que já são conhecidos, a mestre Natacha Talita Santos Amorim, sob supervisão da professora Angélica Amorin Amato, revisou estudos anteriores para encontrar uma consequência pouco conhecida do aumento de peso: a perda auditiva. A hipoacusia impede os pacientes de escutar sons na casa dos 25 decibéis, considerados baixos, mas audíveis.

O estudo fez parte da dissertação de mestrado de Natacha e, agora, as responsáveis pelo levantamento se preparam para publicá-lo como um artigo científico. “É um tipo de trabalho chamado de revisão sistemática e vamos tentar publicar em uma revista voltada a estudos sobre obesidade ou otorrinolaringologia”, explica a docente.

  • Pulseira que alerta pacientes de diabetes

Resultado da ideia de uma estudante de engenharia elétrica do campus da UnB no Gama, uma pulseira que detecta níveis de açúcar no sangue de pacientes diabéticos e alerta familiares é um dos projetos mais exitosos da universidade. O dispositivo recolhe dados como umidade e temperatura da pele para definir os níveis de glicose e avisa quando a pessoa precisa de ajuda: a ideia é, principalmente, auxiliar crianças e idosos.

Foram necessários cinco anos para produzir a pulseira, que é chamada de Easyglic e consegue antecipar uma crise em até três minutos. O dispositivo está sendo comercializado pela empresa Easythings.

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