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Nunes promete diálogo antes de retirar barraca de moradores de rua

Prefeito Nunes afirma que prefeitura fará contato “humanizado” e vai oferecer vagas em abrigo antes de retirar barraca de morador de rua

atualizado

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Fotografia colorida de Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, discursando ao microfone - Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida de Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, discursando ao microfone - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta segunda-feira (3/4) que as equipes de assistência social da cidade terão diálogo “humanizado” com o morador de rua, antes de obrigá-lo a desmontar a barraca onde vive, diante da retomada do serviço de apreensão que estava proibido pela Justiça.

Não vai ter ação feita de forma intransigente. Toda as ações, é minha orientação até por minha formação de cristão, serão abordagens humanizadas”, afirmou o prefeito pela manhã.

Nunes defende a política de retirada de barracas de moradores de rua sob o argumento de que a manutenção dessas estruturas nas ruas atrapalha o direito de ir e vir dos demais cidadãos.

A gente vai fazer toda a discussão de uma forma humanizada, no diálogo, mas não é possível que a gente permita que as pessoas montem barracas nas calçadas”, disse o prefeito.

O prefeito afirmou que não haverá falta de vagas para moradores de rua que queiram ser encaminhados para algum dos diversos modelos de acolhimento oferecidos pela prefeitura, que incluem vagas em albergues, pagamento de locação em quartos de hotéis do centro e até vilas com casas de 18 metros quadrados.

Não vai faltar acolhimento para as pessoas que desejem serem acolhidas. As pessoas falaram ‘tem 21 mil vagas e são 30 mil pessoas’. Hoje, a gente tem vaga ociosa. Não faltará vaga”, afirmou.

Pela manhã, o Metrópoles acompanhou uma ação de retirada de barracas no centro e os moradores de rua reclamaram justamente da intransigência dos agentes.

Um homem de 63 anos, acampado no local e com tuberculose, disse que os agentes levaram até seus medicamentos: “Eles vieram com muita estupidez. Estou fazendo tratamento médico. Até medicamentos eles levaram. O bicho pegou.”

Liminar

Em fevereiro, a juíza Juliana Brescansin Demarchi Molina, da 7ª Vara da Fazenda Pública, proibiu a prefeitura de retirar barracas de moradores de rua.

A decisão atendeu pedido de ativistas, entre eles o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua da Igreja Católica, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que deve concorrer à prefeitura no ano que vem.

No pedido, o argumento central era que as pessoas, ao serem abordadas, eram obrigada a jogar fora as barracas, colchões e até documentos, ficando ainda mais desassistidas após as ações.

A prefeitura recorreu e, na última sexta-feira, o desembargador Ribeiro de Paula derrubou a primeira decisão, que tinha caráter liminar (provisório).

“Não tem nada de novo nesse processo. Nunca foi permitido na cidade você ter uma situação de impedir as pessoas de transitarem, de montar barracas nas vias públicas”, afirmou Ricardo Nunes.

“A gente tem de dar acolhimento para as pessoas e a gente está fazendo isso com bastante dedicação da nossa equipe de assistência social. Agora, a gente tem de ter uma cidade organizada”, completou o prefeito. 

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