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Moradores de rua dizem não ter para onde ir após retirada de barracas

Nesta segunda-feira (3/4), a Prefeitura de São Paulo retomou as operações para recolher os objetos e retirar barracas de moradores de rua

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Renan Porto/Metrópoles
Imagem colorida de morador de rua de SP
1 de 1 Imagem colorida de morador de rua de SP - Foto: Renan Porto/Metrópoles

São Paulo – Moradores de rua da região central de São Paulo afirmam não ter para onde ir após a operação realizada pela prefeitura nesta segunda-feira (3/4) que retirou barracas de vias públicas. As remoções foram retomadas depois de o desembargador Ribeiro de Paula derrubar a liminar que impedia a prefeitura de fazê-lo.

Na Rua Vitória, na República, região da Cracolândia, a Polícia Militar monitora o local. Um cadeirante de 34 anos reclamou:  “Não sei onde vou dormir hoje. Quando a Cracolândia se revoltar, quem vai se ferrar são os moradores da região”.

Um homem de 63 anos, acampado no local e com tuberculose, disse que os agentes levaram até seus medicamentos: “Eles vieram com muita estupidez. Estou fazendo tratamento médico. Até medicamentos eles levaram. O bicho pegou.”

“Levaram barraca, mesmo com nota fiscal, alimentação, coisas de higiene pessoal”, reclamou uma mulher de 41 anos.

Os comerciantes, por sua vez, aguardam uma solução definitiva para a região, enquanto perdem clientes que têm medo de ir até o local. “Isso aqui não tem mais jeito. Tiram eles de cá, eles vão para lá. Tiram de lá, eles vêm para cá. Isso aqui é todo dia, todo dia essa palhaçada. Não adianta tirar barraca, eles montam de novo em 30 minutos”, desabafou o dono de um bar.

Liminar

A suspensão da retirada das barracas havia sido obtida por meio de ação popular movida pelo deputado federal Guilherme Boulos (Psol), adversário político do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Em despacho publicado nessa sexta-feira (31), o desembargador Ribeiro de Paula afirmou não haver indícios de irregularidades na ação do município, além de não enxergar “omissões específicas na prestação do serviço de zeladoria urbana”.

“Embora gravíssima a situação de hipervulnerabilidade dos moradores de rua da cidade de São Paulo (e de tantas outras deste estado e do país inteiro), cuja integridade física e moral deve ser preservada (não apenas na letra fria da lei), o exercício do direito material deve ser postulado conforme regras processuais apropriadas”, escreveu o desembargador.

A liminar obtida em fevereiro proibia que a prefeitura retirasse as barracas durante o dia. O prefeito Ricardo Nunes alega que a medida se faz necessária para não atrapalhar o direito de ir e vir das pessoas e para garantir o serviço de limpeza das vias.

O município orienta que os moradores em situação de rua procurem abrigo em centros de acolhimento da cidade.

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