metropoles.com

Justiça autoriza governo de São Paulo a demolir 370 casas na Vila Sahy

Entre elas estão 172 imóveis habitados e 198 já desocupados; outras 39 obras em construção também tiveram a demolição autorizada

atualizado

Compartilhar notícia

Fábio Vieira/Metrópoles
Vila do Sahy
1 de 1 Vila do Sahy - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – A Justiça de São Paulo autorizou o governo estadual a demolir 370 casas localizadas na Vila Sahy, em São Sebastião, no litoral norte paulista.

Entre elas estão 172 imóveis habitados que ficam em áreas consideradas de “alto risco” e 198 já desocupados. Outros 39 edifícios em construção também tiveram a derrubada autorizada.

A decisão foi publicada na tarde desta terça-feira (19/12) e responde à ação aberta pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) que pedia a remoção compulsória de moradores no bairro para a demolição de 893 edificações.

Na justificativa para o pedido, o governo alegou ter feito uma série de estudos que mostram que a região pode sofrer “destruição das casas, desabrigamento e ocorrência de mortes” em caso de novos temporais. A Vila Sahy foi o epicentro da tragédia que deixou 65 mortos após as fortes chuvas que atingiram o litoral no início do ano.

A população que vive no bairro questionou a ação e organizou pelo menos três manifestações contra o plano de demolição. Segundo eles, casas localizadas em áreas seguras foram incluídas no projeto de remoção de moradores.

Ao autorizar a derrubada dos imóveis localizados em áreas de alto risco, o juiz Vitor Hugo Aquino de Oliveira afirmou que a remoção é complexa e que é preciso oferecer à população o direito ao contraditório.

“A partir do momento em que se concluiu pela demolição de centenas de imóveis desabitados e habitados, o mínimo que se deve fazer é ofertar o exercício do contraditório”, disse o juiz no texto.

0

Na decisão, o magistrado afirma que autoriza a remoção de moradores nas casas situadas em áreas de alto risco para preservar a vida deles.

“Busca-se, no presente momento, a conservação da vida das pessoas que encontra as áreas de alto risco, conforme os estudos técnicos apresentando pela parte autora tem indicado”, disse o juiz, que colocou condições para a demolição dos 370 edifícios e dos 39 imóveis em construção.

Ele determinou que o governo identifique de forma individual todos os imóveis, publique as informações no Diário Oficial, faça vistorias e elabore laudos sobre as construções. As casas também deverão passar por avaliação monetária e uma audiência pública deve ser realizada para trazer detalhes sobre o tema para a população.

Todas as medidas deverão ser tomadas antes da demolição. Caso o governo efetue a derrubada das casas sem que sejam cumpridas as condições, há previsão de multa de R$ 150 mil por unidade demolida para os imóveis desocupados e R$ 300 mil para as casas habitadas.

A decisão também determina que as pessoas removidas de suas casas tenham uma moradia definitiva apresentada pelo governo.

Em nota, a Associação de Moradores da Vila Sahy (AMOVILA) afirma que está analisando a decisão e que se pronunciará sobre o caso depois da avaliação da equipe jurídica da entidade.

“Reiteramos nosso compromisso em zelar pelos interesses e direitos da comunidade, assegurando que, assim que a análise jurídica for concluída, nos manifestaremos de maneira transparente e esclarecedora”, diz nota.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?