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“Crianças da pandemia” descobrem Carnaval em blocos de rua

Bloquinho infantil Berço Elétrico reuniu pequenos foliões que pouco ou nunca viram Carnaval por causa da pandemia da Covid-19

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Desfile infantil em São Paulo - Metrópoles
1 de 1 Desfile infantil em São Paulo - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – A cantiga “iPad não pode nesse Carnaval” foi uma das que embalou o bloco Berço Elétrico, na zona sul de São Paulo, neste domingo (19/2). O bloquinho infantil fez a alegria dos pequenos foliões, em especial aqueles que pouco ou nunca viram Carnaval por causa da pandemia da Covid-19.

Vestida de Chiquinha, personagem do seriado Chaves, Helena, 2 anos, dançava no colo do pai ainda tímida à movimentação. É o primeiro feriado de Carnaval dela nas ruas, algo estranho para a garotinha, nascida em 2020.

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“Para ela, é tudo novidade, porque nunca pegou aglomeração antes. Aos poucos, ela está se soltando. Ela ainda não entende bem o conceito de festa sem ser festa de aniversário, está começando a entender agora”, contou o agrônomo Raphael Moraes, 40 anos, pai da garota.

A chuva até ameaçou, fechando o tempo e atrasando o início do bloco, que estava marcado para as 10h e só começou depois do meio-dia. A organização do bloquinho elaborou um esquema para transmiti-lo ao vivo para pais e mães impedidos de saírem por causa da chuva.

No entanto, o tempo abriu e, aos poucos, famílias com pequenos foliões foram chegando e enchendo a rua de confetes, serpentina e muita espuma. O evento contou com artistas circenses para alegrar a criançada.

A doula Renata Slompo, 33, aproveitou para matar as saudades do Carnaval de rua e levou para a folia os filhos Nina, Romeu e Amora, de 6, 5 e 1 ano, respectivamente.

Os dois mais velhos, embora tenham nascido antes da pandemia de Covid, eram muito novos para se lembrar da folia. Renata disse à reportagem que somente agora eles estão entendendo “o espírito da coisa”.

“Está uma delícia, porque eu amo Carnaval, e eles estão participando sem forçar a barra. Estão gostando dos palhaços também. Fizemos Carnaval em casa, mas, agora, eles estão descobrindo o que é isso na rua”, afirmou.

O repertório contou com marchinhas antigas de Carnaval, forró, músicas de Alceu Valença e hits de axé da década de 1990.

Professora de dança, Ana Rubia, 39, aproveitou para cair na folia e dançar bastante com o filho, Theo, 3. O garoto fez sucesso entre os mais velhos com a cara pintada e a fantasia de Miguel, personagem de “Viva, a vida é uma festa”, animação da Pixar.

“Foi ideia dele vir assim. Ele adora o filme e queria vir de Miguel. Tivemos de dar um jeito”, contou.

Nascido pouco antes da pandemia, Theo também não se recorda dos blocos de rua. A experiência, segundo a mãe, tem sido divertida para a criança.

“Ele está adorando. Se deixar, vai todo dia assim para a escola”, afirmou.

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