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Com ação no litoral, número de mortos pela PM é o maior em 2 anos

PM matou 50 pessoas em julho, maior número em um mês desde maio de 2021, que antecedeu a implementação de câmeras em policiais da Rota

atualizado

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Divulgação/Rota
Em foto colorida policiais da Rota, de costas, caminham ao lado de viatura da corporação - Metrópoles
1 de 1 Em foto colorida policiais da Rota, de costas, caminham ao lado de viatura da corporação - Metrópoles - Foto: Divulgação/Rota

São Paulo — Policiais militares mataram 50 pessoas no Estado de São Paulo em julho, mês marcado pelo início da operação deflagrada no litoral paulista após o assassinato de um soldado da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que resultou em ao menos 16 mortes de supostos criminosos.

O número de mortos por PMs no mês passado é 61% superior ao registrado em julho de 2022, com 31 óbitos, e o maior desde maio de 2021, mês que antecedeu a implementação das câmeras corporais em agentes da Rota, a tropa de elite da PM e o braço mais letal da corporação, envolvido na operação da Baixada Santista.

O levantamento é baseado em dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública (Gaesp), órgão de controle da atividade policial do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP). Eles incluem mortes por PMs em horário de serviço (33) e também na folga (17). Em maio de 2021, foram 58 mortes decorrentes de intervenção policial — 48 em serviço e 10 na folga.

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Os dados de julho são preliminares e sujeitos à atualização, mas reforçam que há uma tendência de alta na letalidade policial em São Paulo em 2023, após queda acentuada com a implementação de câmeras corporais nos últimos anos.

Segundo a PM, hoje aproximadamente metade do efetivo operacional conta com as câmeras.

Pelos números do Gaesp, os sete primeiros meses de 2023 já registram 24,2% mais mortes por PMs em serviço do que em igual período de 2022 — 185 agora, ante 149 no ano passado.

Tanto deputados da chamada bancada da bala quanto a ala mais conservadora da corporação são contrárias ao registro das ações policiais em vídeo e, desde a eleição, têm pressionado o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a rever a obrigatoriedade do uso das câmeras. O chefe do Executivo estadual, porém, afirma que vai manter o programa, iniciado na gestão do ex-governador João Doria, em 2020.

Mortes no Guarujá

Nos quatro dias posteriores ao assassinato do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, em 27 de julho, no Guarujá, foram registradas 12 mortes somente na cidade do litoral sul, epicentro da Operação Escudo, desencadeada pelas forças de segurança pública de São Paulo.

Segundo os registros preliminares, quatro batalhões estiveram envolvidos diretamente nessas ocorrências; entre eles, o batalhão da Rota, do qual o soldado assassinado fazia parte.

Entre os dias 28 e 31 de julho, a Rota matou oito supostos criminosos no Guarujá — seis somente nos primeiros dois dias após o assassinato de Reis, apontam os registros.

Além da Rota, estiveram envolvidos nas mortes do fim de julho o 15º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), de Guarulhos, o 21º BPM/I, do próprio Guarujá, e o 3º Batalhão de Choque, da capital paulista.

Na segunda-feira (7/8), a PM afirmou que 10 das 16 mortes ocorridas na Baixada Santista durante a Operação Escudo envolviam policiais com câmeras. Entretanto, até então, imagens de apenas sete supostos confrontos tinham sido encaminhadas ao Ministério Público, que investiga as mortes.

Segundo o coronel Pedro Lopes, representante da Secretaria da Segurança Pública, ao menos uma câmera estava com a bateria descarregada no momento da ação policial.

Órgãos de defesa dos direitos humanos têm apontado excesso de violência por parte dos policiais.

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