metropoles.com

Por que os saques da poupança em janeiro foram os maiores em 28 anos

Fuga de recursos da aplicação atingiu R$ 33,6 bilhões no mês passado, a quantia mais elevada desde 1995

atualizado

Compartilhar notícia

Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Reprodução
imagem colorida notas 50 reais - crimes - policiais civis - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida notas 50 reais - crimes - policiais civis - Metrópoles - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Reprodução

A caderneta de poupança registrou uma fuga recorde de recursos em janeiro. No mês passado, os brasileiros sacaram R$ 33,63 bilhões a mais do que depositaram na aplicação financeira mais tradicional do país, segundo dados do Banco Central (BC).

O número foi bem maior do que o saldo negativo de R$ 19,66 bilhões registrado no mesmo mês de 2022. Até então, esse havia sido o pior resultado para o primeiro mês do ano.

A retirada líquida (saques menos depósitos) de dinheiro, contudo, é muito mais expressiva. Ela foi a maior em todos os meses desde o início da série histórica medida pelo BC, em 1995. Ou seja, é a mais elevada em 28 anos. O recorde anterior havia sido registrado em agosto de 2022, quando os saques superaram em R$ 22,02 bilhões os depósitos.

Em 2022, ainda de acordo com os dados divulgados pelo BC nesta segunda-feira (6/2), a caderneta de poupança registrou fuga líquida (mais saques que depósitos) recorde de R$ 103,24 bilhões.

E por que o volume de saques foi tão alto? Os rendimentos da poupança voltaram a ganhar da inflação por causa dos aumentos da taxa Selic (os juros básicos da economia), atualmente em 13,75% ao ano. Mas isso não foi o suficiente para manter o interesse pelo investimento.

Isso porque outras aplicações de renda fixa se tornaram mais rentáveis do que a caderneta. “Com a Selic alta, a poupança perde atratividade”, diz o economista e consultor Alexandre Schwartsman. Daí, observa o especialista, o principal motivo para a grande fuga de recursos.

Compartilhar notícia