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Itália anuncia imposto de 40% sobre lucro extraordinário de bancos

Governo Giorgia Meloni disse que receita do novo imposto sobre lucros extraordinários na Itália será usada em corte de impostos e hipotecas

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Giorgia Meloni, mulher branca e loira, segurando um sino e de terno preto - Metrópoles
1 de 1 Giorgia Meloni, mulher branca e loira, segurando um sino e de terno preto - Metrópoles - Foto: Reprodução/Twitter

O governo da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciou a criação de um novo imposto sobre lucros extraordinários de bancos no país. A medida foi anunciada na noite de segunda-feira (7/8).

A alíquota é de 40% sobre os lucros extraordinários dos bancos – a chamada windfall tax no termo técnico usado por economistas.

A medida é defendida pelo grupo de. direita que apoia o governo Meloni, eleito no ano passado. O vice-premiê e ministro dos Tranportes e Infraestrutura, Matteo Salvini, disse na segunda-feira que as receitas geradas pelo novo imposto serão usadas em “cortes de impostos” e auxílio financeiro em hipotecas de cidadãos que compram o primeiro imóvel.

O governo italiano não detalhou quanto espera arrecadar com a medida, mas fontes ouvidas pela agência Reuters no Tesouro italiano afirmam que a estimativa é de cerca de 3 bilhões de euros. O mercado também calcula em torno de 2 a 3 bilhões de euros.

“Basta olhar para os lucros dos bancos no primeiro trimestre para ver que não estamos falando de um punhado de milhões, mas potencialmente de muitos bilhões”, disse Salvini.

O imposto vale somente para os lucros acima das expectativas de 2023 ou, se o valor for maior, os ganhos retroativos de 2022. Há ainda um limite de cobrança que não pode exceder um quarto do patrimônio líquido da empresa.

A Bloomberg Intelligence estima que o lucro dos bancos pode diminuir 10%, como resultado da tributação. As ações dos principais bancos do país caíam na manhã desta terça-feira com a reação de investidores ao novo cenário.

Alta nos juros faz políticos mirarem bancos em toda a Europa

Com a alta dos juros na Europa, bancos têm apresentado resultados recorde nos últimos trimestres, em meio ao encarecimento de financiamentos contratados anteriormente e melhora nas margens.

Ao anunciar a medida, Salvini também criticou o Banco Central Europeu, autoridade monetária da União Europeia (da qual a Itália faz parte) e que define juros unificados para todos os países que usam o euro como moeda.

De junho de 2022 a julho deste ano, a taxa básica da zona do euro saiu de zero para 4,25%.

Além da Itália, a insatisfação da população com a inflação e juros altos têm feito políticos em toda a Europa buscarem formas de mitigar os efeitos da crise em seu eleitorado.

Na Espanha, governada por uma coalizão de esquerda, um imposto sobre lucros extraordinários dos bancos foi instituído em novembro. A expectativa é arrecadar 3 bilhões de euros. A Hungria, governada pelo premiê de direita Viktor Orbán, também seguiu o mesmo caminho.

No Reino Unido, o governo do Partido Conservador não chegou a instituir um imposto, mas tem dito aos bancos que as instituições devem encontrar formas de auxiliar os clientes com hipotecas elevadas. O Reino Unido tem taxas de juros superiores às dos vizinhos da União Europeia, hoje em 5,25%.

Um dos desafios no cenário europeu é que parte dos financiamentos imobiliários foi contraída quando os juros estavam perto de zero; com a taxa básica subindo rapidamente em um ano e os salários sem acompanhar totalmente a inflação, muitas dívidas se tornaram extremamente caras para os devedores.

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