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União Europeia reage a Putin: “Aposta nuclear perigosa e inaceitável”

Porta-voz da comissão europeia condenou declarações do líder russo nesta quarta (21). Moscou convocou cidadãos para a guerra na Ucrânia

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bandeiras da união europeia em frente a predio
1 de 1 bandeiras da união europeia em frente a predio - Foto: Getty Images

A União Europeia reagiu à escalada de ameaças com teor nuclear do presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta quarta-feira (21/9). O líder russo convocou cidadãos para a guerra e afirmou que vai usar todos os meios para se defender. Diante do contexto, o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, classificou a provocação do Kremlin como “uma aposta inaceitável”.

“Putin está fazendo uma aposta nuclear muito perigosa. Ele está usando o elemento nuclear como parte de seu arsenal de terror, é inaceitável”, defendeu Stano, em entrevista à imprensa internacional.

Em pronunciamento à população, nesta quarta (21), Putin decretou a primeira mobilização do país desde a Segunda Guerra Mundial. A intenção do Kremlin é convocar 300 mil cidadãos – que já tiveram alguma experiência militar – para a guerra contra a Ucrânia. O líder russo frisou que pode usar armas nucleares caso a soberania do país seja ameaçada. “Isso não é um blefe”.

Stano acrescentou que os “referendos falsos e ilegais” planejados em Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia neste fim de semana não serão reconhecidos.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a União Europeia permanecerá “firme” em seu apoio à Ucrânia diante da agressão russa.

“O Kremlin anuncia a mobilização no #diainternacionaldepaz2022 enquanto na #UNGA os países trabalham pela cooperação, segurança e prosperidade. Nesta guerra, há apenas um agressor, a Rússia, e um país agredido, a Ucrânia”, escreveu.

Os países membros da União Europeia estão debatendo como responder aos últimos acontecimentos na guerra da Rússia na Ucrânia, segundo Peter Stano. Ele adicionou que a Rússia será informada de que haverá “consequências de nossa parte”, em uma eventual ofensiva nuclear.

Líderes mundiais estão reunidos esta semana para a  77ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. Em discurso nessa terça-feira (20), o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou a guerra de Moscou de retorno ao “imperialismo”.

Os discursos de outros líderes europeus, previstos para esta quarta (21), devem unificar a voz do Ocidente ao lado da Ucrânia.

Motivação

A medida ocorre um dia após quatro regiões controladas por Moscou no leste e no sul da Ucrânia anunciarem que farão referendos para fazer parte da Rússia. As duas regiões separatistas do Donbas, Donetsk e Luhansk, juntamente com Kherson e Zaporizhzia, pretendem conduzir as votações ainda nesta semana em um ato que busca impedir as investidas ucranianas para retomar essas áreas.

Na prática, caso a população aprove a anexação, Moscou passaria a considerar as quatro regiões como parte de seu próprio território. Em caso de investida ucraniana contra essas áreas, Putin entenderia como ataque à nação russa, o que poderia provocar retaliações, inclusive com armas nucleares.

O mandatário disse que seu objetivo é “libertar” a região do Donbass, no leste da Ucrânia. E afirmou que a maioria das pessoas que vivem em regiões sob controle russo não quer mais ser governada por Kiev.

Mobilização parcial

De acordo com o líder russo, só serão convocados para o serviço militar os cidadãos que se encontrem na reserva e, sobretudo, os que serviram nas Forças Armadas, que possuam determinadas especialidades militares e experiência relevante.

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, diz que o decreto prevê a convocação de 300 mil cidadãos. Além disso, os convocados para o serviço militar, antes de serem enviados às unidades, passarão por treinamento militar adicional.

O presidente russo afirmou que as instruções sobre a mobilização já foram dadas ao Ministério da Defesa e, no menor tempo possível, será colocada em prática. A previsão é de que a movimentação comece nesta quarta.

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