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Rússia admite uso de bombas termobáricas na Ucrânia, diz Reino Unido

Os artefatos, que são foguetes com potencial extremo de devastação, causam grandes incêndios e explosões capazes de vaporizar seres humanos

atualizado

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Chris McGrath/Getty Images
Bombeiros tentam apagar fogo em escombros de unidade química atingida pelos bombardeios russos na capital da Ucrânia, Kiev - Metrópoles
1 de 1 Bombeiros tentam apagar fogo em escombros de unidade química atingida pelos bombardeios russos na capital da Ucrânia, Kiev - Metrópoles - Foto: Chris McGrath/Getty Images

O Ministério da Defesa da Rússia admitiu o uso de bombas termobáricas contra a Ucrânia. O artefato, que consiste em foguetes com potencial extremo de devastação, causa grandes incêndios e explosões, capazes de vaporizar seres humanos.

A suposta confirmação foi divulgada nesta quarta-feira (9/3) pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, em sua conta oficial no Twitter. O governo britânico não especificou quando e onde elas teriam sido usadas, e como teria sido feita a confirmação do uso pela Rússia. O governo russo ainda não se manifestou.

“O Ministério da Defesa da Rússia confirmou o uso do sistema de armas TOS-1A na Ucrânia”, destaca a mensagem britânica.

As armas termobáricas sugam oxigênio do ar circundante para gerar uma explosão de alta temperatura. Esse tipo de bomba é proibido por acordos internacionais e é amplamente condenado por organizações de direitos humanos.

A bomba dispersa combustível em uma nuvem que pode entrar em edifícios ou objetos ao redor. O segundo estágio acende a nuvem que causa uma enorme bola de fogo e suga o oxigênio das áreas próximas, causando uma onda de pressão e calor.

Essas bombas têm capacidade destrutiva semelhante a uma explosão causada por armas nucleares, mas sem o uso de materiais radioativos.

As armas termobáricas, desenvolvidas na década de 1960, foram utilizadas durante a Guerra do Vietnã.

Na última semana, a Rússia tem sido acusada de usar esse tipo de artefato. A explosão de uma refinaria de petróleo em Okhtyrka, na região de Sumy, na segunda-feira (7/3), teria sido causada por uma arma do tipo.

Ataques

O governo ucraniano acusou o Exército russo, no início da tarde desta quarta-feira, de executar um bombardeio contra uma maternidade em Mariupol, cidade portuária considerada fundamental para o avanço dos invasores.

A Rússia ainda não comentou o caso. Os Estados Unidos e o Vaticano condenaram o bombardeio.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pelas redes sociais, classificou o ataque como “atrocidade”. Além disso, voltou a pedir o fechamento do espaço aéreo ucraniano.

“Ataque direto de tropas russas em uma maternidade. Pessoal, crianças estão sob os destroços. Atrocidade. Por quanto tempo mais o mundo será um cúmplice, ignorando o terror? Feche o céu agora mesmo. Pare com os assassinatos. Vocês têm poder, mas parecem estar perdendo a humanidade”, escreveu Zelensky.

Segundo o governo ucraniano, desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, mais de 30 hospitais foram alvo de ataques. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta quarta-feira (9/3), que 18 centros de saúde foram bombardeados.

maternidade bombardeada na Ucrania
Imagem mostra como ficou interior do local

Trégua desrespeitada

O governo ucraniano voltou a acusar o Exército russo de atacar corredores verdes, que são rotas de fuga humanitárias. A Europa, desde o início da invasão, vive uma crise de refugiados. Somente nas últimas 24 horas, 140 mil pessoas deixaram a Ucrânia.

Na terça-feira (8/3), o governo de Kharkiv informou que a retirada de moradores de Izyum não está ocorrendo por causa dos bombardeios russos ininterruptos.

Em Mariupol, todas as tentativas até agora foram frustradas, devido aos ataques incessantes, apesar do acordo de trégua.

A guerra não se restringe somente ao front militar. Russos e ucranianos trocam sucessivas acusações de furar o cessar-fogo.

A tensão ocorre em meio à reação em cadeia que a guerra causa. Os Estados Unidos proibiram que empresas norte-americanas comprem petróleo russo. A Rússia, irritada, reagiu e proibiu a venda de matérias-primas — o Kremlin ainda vai divulgar quais são exatamente e quais países escaparão do banimento.

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Fuga

Em Enerhodar, alguns civis, em sua maioria mulheres e crianças, foram retirados por um corredor humanitário, disse o prefeito. A cidade abriga a maior usina nuclear da Europa, que está sob domínio dos russos.

Moradores de Sumy conseguiram sair pelo segundo dia consecutivo, de acordo com o prefeito da cidade, em declaração repercutida por agências internacionais de notícias.

O vice-primeiro-ministro ucraniano, Iryna Vereshchuk, disse que as forças armadas russas concordaram em parar de atacar áreas de corredores humanitários das 9h às 21h do horário local (das 4h às 16h no horário de Brasília) desta quarta-feira.

 

 

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