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Pão, açúcar, gasolina: preços disparam na Rússia após série de sanções

A inflação está em alta no país e o rublo, moeda oficial, segue desvalorizado em decorrência da guerra na Ucrânia

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
posto de gasolina abastece carros em brasilia brasil
1 de 1 posto de gasolina abastece carros em brasilia brasil - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Os impactos na economia russa indicam os efeitos que a guerra na Ucrânia causará no mundo. Nenhum conflito desse tipo se restringe ao front. Ao que tudo indica, vai doer no bolso.

Nas terras comandadas por Vladimir Putin os preços estão em disparada após uma série de sanções econômicas de países do Ocidente.

A inflação, que é o aumento geral dos preços, está em alta. O rublo, moeda oficial, desvalorizada. Isso sem abordar a crise no setor do petróleo com os embargos contra o óleo produzido no país.

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Agências internacionais de notícias informaram nesta quarta-feira (9/3) que a inflação anual na Rússia acelerou para 9,15% em fevereiro, ante 8,73% em janeiro. A maior alta em sete anos.

De acordo com dados da agência de estatísticas Rosstat, os preços do pão, gasolina, açúcar e cereais, como o trigo, tiveram alta que chega a 20%.

E não foram só os setores de combustíveis e de alimentos que foram penalizados. Os materiais de construção, como papel de parede e azulejos de banheiro, ficaram 22,5% mais caros.

“Isso indica um aumento na demanda para conclusão de projetos de reforma, em meio à alta dos custos de produtos importados devido à desvalorização do rublo”, informou a agência Reuters.

O banco central russo elevou a taxa de juros de 9,5% para 20% na semana passada. A medida emergencial foi uma tentativa de atenuar os efeitos financeiros da guerra no país.

Mais sanções

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e a ministra de Relações Exteriores britânica, Liz Truss, reagiram às críticas do Kremlin sobre uma “guerra econômica contra a Rússia”. Os líderes adiantaram que novas sanções estão sendo preparadas.

Nesta quarta-feira, em pronunciamento transmitido ao vivo de Washington, após uma reunião, Blinken reafirmou: “Nosso objetivo é pôr fim à guerra, e não expandi-la. Buscamos evitar a expansão para zona da Otan”.

O mesmo discurso foi adotado por Truss. “Nosso objetivo é fazer com que Putin fracasse na Ucrânia”, frisou a ministra. Blinken emendou: “Estamos comprometidos com o fracasso de Putin. As medidas que já aplicamos arruinaram 30 anos de progresso na Rússia”.

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Os dois diplomatas salientaram que o povo russo já sente, e sentirá ainda mais no futuro, os impactos das sanções, como perda de produtos e serviços no país. Desde o início dos bombardeios à Ucrânia, em 24 de fevereiro, uma série de empresas suspenderam operações em território russo.

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Horas antes das declarações, em pronunciamento no Kremlin, sede do governo, o porta-voz russo, Dmitry Peskov, disse que o país “foi, é e será” um fornecedor de energia confiável. Ele garantiu que a venda de energia continua, mas deu a entender que isso pode mudar.

“Mas você vê a ‘bacanal’, a ‘bacanal’ hostil que o Ocidente semeou – e isso, claro, torna a situação muito difícil e nos obriga a pensar seriamente”, disparou Peskov.

O porta-voz russo acrescentou: “Os Estados Unidos definitivamente declararam guerra econômica contra a Rússia e estão travando essa guerra”.

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