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Cardeal acusado de pedofilia vai à Austrália para se defender

George Pell é o mais alto religioso do Vaticano a responder por um crime do tipo. Ele sempre negou as acusações

atualizado

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MASSIMO PERCOSSI/EFE
George pell
1 de 1 George pell - Foto: MASSIMO PERCOSSI/EFE

O cardeal australiano George Pell, prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, chegou nesta segunda-feira (10/7) à Austrália para responder às acusações de pedofilia feitas pela polícia do estado de Vitoria. Ele desembarcou em Sydney pela manhã e não deu declarações à imprensa.

A audiência do “número 3” da Santa Sé está marcada para o próximo dia 26, em Melbourne, também na Austrália. Pell é o mais alto religioso do Vaticano a responder por um crime do tipo. Ele sempre negou as acusações.

O cardeal recebeu uma “licença” do papa Francisco para que pudesse abandonar suas funções administrativas na Igreja e formular sua defesa em seu país-natal. Na nota em que anunciou a dispensa, o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, ressaltou que o papa Francisco “respeita a justiça australiana, que deverá decidir o mérito da questão”, mas lembrou que o cardeal “sempre colaborou com as autoridades”.

O cardeal foi acusado formalmente no último dia 29 por diversos crimes sexuais ocorridos na década de 1970 e que se referem a “vários episódios”. O anúncio foi feito após uma longa investigação feita pelas autoridades australianas contra o religioso, mas sempre fora anunciado que ele era investigado “apenas” por encobrir casos de crimes sexuais enquanto atuava na Austrália.

O australiano foi indicado pelo pontífice em 2014 como um dos “homens-fortes” a reorganizar as finanças do Vaticano, comumente acusado à época de favorecer crimes bancários, como a lavagem de dinheiro.

De perfil conservador, o religioso também faz parte do grupo de cardeais escolhidos por Francisco para reformar a Cúria Romana, incluindo a criação de um grupo de análise de denúncias de pedofilia na Igreja.

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