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Número 3 do Vaticano, cardeal australiano é acusado de pedofilia

George Pell é suspeito de ter abusado sexualmente de menores quando era sacerdote e arcebispo de Melbourne. Religioso nega

atualizado

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MASSIMO PERCOSSI/EFE
George pell
1 de 1 George pell - Foto: MASSIMO PERCOSSI/EFE

A polícia do estado australiano de Victoria acusou, nesta quinta-feira (29/6), o cardeal George Pell, encarregado das finanças do Vaticano, de supostos delitos de pedofilia e o convocou a comparecer perante um tribunal no próximo mês. Pell, máximo representante da igreja católica australiana, é suspeito de ter abusado sexualmente de menores quando era sacerdote na cidade de Ballarat (1976-80) e quando foi arcebispo de Melbourne (1996-2001), ambas em Victoria.

A polícia confirmou, em maio, que investigava o cardeal, número três na hierarquia do Vaticano. O subdelegado da polícia de Victoria, Shane Patton, disse que a acusação foi apresentada aos representantes de Pell em Melbourne, com um requerimento para que o cardeal compareça perante um tribunal da cidade em 18 de julho.

“O cardeal Pell enfrenta múltiplas acusações em relação a delitos sexuais e há múltiplas denúncias relacionadas com essas acusações”, disse Patton em coletiva de imprensa.

Pell foi interrogado em outubro do ano passado em Roma por policiais australianos sobre as acusações por supostos abusos sexuais ocorridos entre 1976 e 2001. Entre as acusações, estão a de dois homens que asseguram que Pell tocou em seus genitais de forma inadequada na década de 1970, enquanto um terceiro assegura ter visto o prelado expor-se nu perante rapazes jovens.

Não é a primeira vez que o hierarca religioso é acusado de abusos sexuais. Em 2002, quando era arcebispo de Sydney, um homem garantiu ter sofrido abusos sexuais por ele em 1961, quando tinha 12 anos e Pell estava se formando para ser sacerdote.

As investigações desse caso inocentaram George Pell, que em fevereiro deu seu testemunho por videoconferência perante uma comissão governamental australiana que investiga abusos sexuais a menores no seio de organizações e instituições públicas, religiosas e sociais.

O outro lado
George Pell disse que está “disposto a comparecer” na Justiça e afirma ser “inocente” das acusações de pedofilia apresentadas em seu país.

Em uma entrevista na qual não foram permitidas perguntas, o cardeal explicou que o Papa lhe concedeu uma licença para retornar a seu país e colaborar com a Justiça, para “limpar” seu nome e “retornar a Roma” para seguir com as atribuições de seu cargo.

Pell rejeitou “totalmente as acusações” das autoridades australianas e disse que, durante o período de investigação, foi “completamente claro” ao defender sua inocência. Neste processo, o cardeal explicou que informa “regularmente” ao Papa, que está a par de sua situação.

A Santa Sé emitiu um comunicado em que assinala que recebeu com “descontentamento” à acusação contra o cardeal e expressa seu respeito pela Justiça australiana, mas recorda que Pell “vem condenando repetidamente durante anos” os casos de abusos.

A Arquidiocese Católica de Sydney, por sua vez, disse que o cardeal George Pell retornará ao país “quando possível”. Em um comunicado, a entidade religiosa lembrou que o religioso negou as acusações e que seu retorno dependerá da recomendação dos médicos sobre o seu estado de saúde.

 

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