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Divergências com Merkel fazem ministro do interior alemão renunciar

Subordinado e pivô da atual crise no governo do país em torno da política para refugiados pressiona chanceler alemã a mudar lei migratória

atualizado

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angela merkel
1 de 1 angela merkel - Foto: Fotos Públicas/Divulgação

A chanceler alemã Angela Merkel está na iminência de perder um de seus principais colaboradores, mas também pivô da crise vivida pelo governo do país em torno para refugiados. O ministro do interior da Alemanha, Horst Seehofer, ofereceu neste domingo (1º/7) sua renúncia ao cargo e também à liderança da União Social Cristã (CSU) durante reunião com seus correligionários, em Munique, para debater os resultados da recente cúpula europeia sobre refugiados.

Segundo participantes da reunião, Seehofer ofereceu a renúncia a ambos os cargos e correligionários tentaram dissuadi-lo. Diante dos apelos, ele disse que pode rever a decisão caso a União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, ainda ceder na política para refugiados do governo. Uma reunião entre os dois deverá ocorrer nesta segunda-feira (2/7).

Mais cedo, Seehofer criticara os resultados obtidos por Merkel na cúpula da União Europeia, afirmando não terem o mesmo efeito das medidas internas defendidas por ele para impedir a chegada de requerentes de refúgio à Alemanha.

De acordo com Seehofer, as propostas no nível da UE são menos eficazes do que o controle de fronteiras e a rejeição de requerentes de refúgio já cadastrados em outros países europeus, duas medidas por ele defendidas e responsáveis pela atual crise dentro do governo alemão.

Essas declarações batem de frente com a opinião de Merkel, para quem “a soma de tudo o que já definimos tem o mesmo efeito” das medidas defendidas pelo ministro do Interior.

O líder bávaro declarou só pretender desistir de seu plano, incluindo a rejeição de requerentes de refúgio já na fronteira, se Merkel apresentar uma solução europeia que tenha efeitos semelhantes a sua proposta.

Migrantes: tema explosivo
As diferenças entre as lideranças dos partidos conservadores CSU e CDU sobre o tratamento de refugiados na fronteira alemã geraram uma crise interna que pode levar ao fim do quarto governo de Merkel. A CSU, que existe apenas na Baviera, é aliada histórica da CDU de Merkel.

Ambos os partidos fazem neste domingo reuniões para debater os resultados da cúpula europeia. Merkel e Seehofer tiveram uma reunião na noite de sábado (30/6), mas o resultado desse encontro não foi divulgado.

Na cúpula realizada em Bruxelas no fim de maio, os 28 países da UE acertaram que os refugiados resgatados no mar serão alojados em centros de recepção (ou “plataformas de embarque”) na Europa. Além disso, avalia-se a possibilidade de abrir espaços desse tipo no norte da África.

À margem das deliberações, Merkel acertou com a Espanha e a Grécia agilizar as devoluções de requerentes de refúgio que tenham sido registrados nesses dois países e afirmou ter assegurado o compromisso de outros 14 estados para acelerar as devoluções.

Ao mesmo tempo, o plano de “plataformas de embarque” fora da UE é rejeitado pelo terceiro parceiro de coalizão em Berlim, o Partido Social-Democrata (SPD), assim como por diversos potenciais candidatos a abrigar os centros de recepção, entre os quais Albânia, Marrocos, Tunísia, Argélia e Egito.

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