Odessa é bombardeada durante visita do presidente do Conselho Europeu
Ataques com mísseis obrigaram Charles Michel a interromper uma reunião com o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Chmygal
atualizado
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Odessa, cidade portuária na Ucrânia, sofreu diversos bombardeios enquanto o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, visitava o local.
Nesta segunda-feira (9/5), de acordo com o governo ucraniano, ataques com misseis obrigaram Michel a interromper uma reunião com o primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal.
Os dois líderes europeus estiveram abrigados durante o ataque, segundo informações de agência internacionais de notícias.
Antes, Michel escreveu no Twitter que tinha viajado para Odessa com o intuito de celebrar o Dia da Europa — data que surgiu o embrião da atual União Europeia. “Vocês não estão sozinhos”, frisou.
Num tweet subsequente, Michel publicou fotos do porto de Odessa e ressaltou o impacto da guerra nas cadeias globais de abastecimento, sobretudo no mercado de cereais.
Michael afirmou que “muitas toneladas” de cereais estão paradas no porto de Odessa devido ao bloqueio russo do Mar Negro. “Traz consequências dramáticas para países vulneráveis”, finalizou.

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra Anastasia Vlasova/Getty Images

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local Pawel.gaul/ Getty Images

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km Getty Images

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia Andre Borges/Esp. Metrópoles

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país Poca/Getty Images

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro Kutay Tanir/Getty Images

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território AFP

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado Will & Deni McIntyre/ Getty Images

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles Vostok/ Getty Images

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ucrânia pede sanções
O primeiro-ministro da Ucrânia aproveitou o encontro para pedir mais sanções econômicas contra a Rússia.
“Durante um encontro em Odessa, que foi recentemente atingida com mísseis, discuti com o presidente do Conselho Europeu a necessidade de adotar o sexto pacote de sanções e aumentar a pressão sobre a Rússia. Agradeci a prontidão para restaurar a Ucrânia. Salientei a importância da integração na União Europeia para a Ucrânia”, escreveu.
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