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1 de 1 Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, durante conferência virtual. Ele está sentado diante de uma mesa e usa um notebook, sorrindo- Metrópoles
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou o comportamento de países do Ocidente e acusou as nações de pensarem mais em dinheiro do que no horror da guerra.
A reclamação de Zelensky, feita nesta quarta-feira (6/4) no Parlamento da Irlanda, ocorre após integrantes da União Europeia se dividirem sobre novas sanções contra a Rússia.
“A única coisa que nos falta é a abordagem de princípios de alguns líderes, líderes políticos e líderes empresariais, que ainda pensam que a guerra e os crimes de guerra não são algo tão horrível quanto as perdas financeiras”, lamentou. “Não posso tolerar nenhuma indecisão depois de tudo o que as tropas russas fizeram”, concluiu.
“Como as forças ucranianas continuam a combater corajosamente a invasão da Rússia, autorizei [o envio de] US$ 100 milhões para atender a uma necessidade urgente de sistemas antitanque adicionais para as forças da Ucrânia”, escreveu Blinken no Twitter.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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A guerra
A Ucrânia vive o 41º dia de ataques consecutivos desde a invasão russa, em 24 de fevereiro. O desgaste diplomático é cada vez maior e resvala em outros países. O governo ucraniano estima que 80% da população de Bucha, cidade próxima da capital Kiev, foi dizimada.
Nesta quarta-feira, as cidades de Kharkiv, Mariupol e Sievierodonetsk sofreram novos bombardeios. Prédios ficaram em chamas. Ainda não há informações de feridos.
A situação mais dramática é em Mariupol, onde 160 mil moradores que seguem por lá estão sem energia, aquecimento ou água. Lá, 90% dos imóveis foram destruídos pela guerra.
O governador da região leste de Luhansk, região separatista pró-Rússia, disse que 10 prédios estão em chamas na cidade vizinha de Sievierodonetsk.
População dizimada
O prefeito de Bucha, Anatoliy Fedoruk, cidade onde a Ucrânia acusa a Rússia de realizar um massacre de civis, anunciou que a população atual está estimada em 3,4 mil — 88% menor do que os 30 mil registrados em 2021.
O mundo ficou assombrado com vídeos divulgados no domingo (3/4), onde é possível ver cenas chocantes da tragédia na cidade de Bucha.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, fez um apelo ao presidente russo, Vladimir Putin, para um cessar-fogo imediato.
“A resposta foi positiva, mas o presidente russo disse que isso tinha condições. E eu não posso negociar para atender a essas condições. Deve ser ele e o presidente ucraniano concordando com elas”, comentou Orban.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, comparou a situação de Mariupol a de Guernica, na Espanha, destruída por um intenso bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola, em 1937.
“Uma cidade martirizada que foi destruída em crimes contra a população civil, crimes de guerra. Faremos o que pudermos para ajudar os ucranianos e colocar pressão sobre a Rússia”, repudiou.