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Extrema direita europeia celebra vitória de Geert Wilders na Holanda

Geert Wilders, do partido de extrema direita, venceu as eleições legislativas antecipadas na Holanda, realizadas nessa quarta-feira (22/11)

atualizado

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Imagem colorida de Geert Wilders, primeiro-ministro da Holanda extrema direita - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Geert Wilders, primeiro-ministro da Holanda extrema direita - Metrópoles - Foto: Jens Schlueter/Getty Images

O grande vencedor das eleições legislativas antecipadas na Holanda foi Geert Wilders, do partido de extrema direita PVV (Partido pela Liberdade, na sigla em holandês). O resultado representa uma virada para o partido, que obteve 35 cadeiras no Parlamento e superou com folga a aliança de esquerda de Frans Timmermans, com 25 cadeiras, e do bloco de centro-direita VVD, com 24.

Segundo os analistas políticos, a principal estratégia do líder de extrema direita foi uma mudança no discurso. Wilders passou a ter um tom conciliador e inclusivo, enfatizando o desejo de colocar de lado – pelo menos por enquanto – as discussões mais polêmicas que posicionavam os imigrantes como os principais responsáveis pelos problemas da Holanda.

O líder passou a dizer que, caso se tornasse dirigente do país, iria governar para todos, independentemente de religião ou origem. A questão da imigração foi justamente o que causou a queda do gabinete do primeiro-ministro interino Mark Rutte, há três meses. Desde a semana passada, o partido PVV vinha crescendo em popularidade.

A União Europeia (UE) recebe a vitória da extrema direita na Holanda com receio, já que o PVV prometeu um referendo sobre a permanência do país no bloco. Mas entre outras lideranças da ultradireita europeia, o resultado da eleição holandesa foi celebrado.

Recados da extrema direita

Na França, a presidente do partido Reunião Nacional, Marine Le Pen, parabenizou nesta manhã o seu “aliado” Geert Wilders e o PVV, pelo “seu desempenho espetacular” nas eleições legislativas holandesas. Para ela, a vitória “confirma o crescente apego à defesa das identidades nacionais”.

Em entrevista à emissora France Inter, Marine Le Pen acrescentou que a vitória “demonstra que cada vez mais países da União Europeia contestam o seu funcionamento e desejam controlar a imigração, considerada por muitas pessoas como massiva e anárquica”.

Na Hungria, o primeiro-ministro nacionalista, Viktor Orbán, também celebrou a vitória e comemorou os “ventos de mudança” na Holanda.

Na Itália, Matteo Salvini, da Liga, falou em desempenho “extraordinário” do holandês e afirmou que “uma nova Europa é possível”.

Virada nas urnas

Inicialmente, a preferência dos eleitores apontava para um novo partido recém-formado, o populista NSC (Partido do Novo Contrato Social). Em menos de três semanas, antes da eleição, o índice de filiação à nova sigla se multiplicou e o seu líder, Pieter Omtzigt, já era apontado como o potencial primeiro-ministro. Na eleição dessa quarta, no entanto, o partido acabou ficando em quarto lugar.

Segundo o instituto de pesquisas Ipsos, 39% dos eleitores holandeses queriam, desta vez, um governo de direita. Mas a vitória eleitoral de Wilders, apelidado de “Trump neerlandês”, não garante que ele conseguirá reunir o apoio necessário para formar uma coalizão ampla o suficiente para viabilizar um governo.

O gabinete, segundo os analistas políticos, envolverá de três a cinco partidos, nas negociações preliminares. Partidos nanicos já confirmaram seu apoio incondicional ao PVV.

O PVV “já não pode mais ser ignorado”, declarou Wilders diante de seus apoiadores eufóricos em Haia. “Convoco os partidos (…) Agora temos que buscar acordos entre nós. Os holandeses esperam que o povo possa recuperar seu país e que possamos garantir que o tsunami de solicitantes de asilo e imigração se reduza”, acrescentou.

Formação do governo será desafio

O cenário político será complicado, segundo o cientista político Tom van de Meer, porque outros partidos de direita, de centro, de esquerda e liberais já afirmaram que não admitem governar com Geert Wilders. Pieter Omtzigt, do Partido do Novo Contrato Social, disse estar “disponível” agora, mas alertou que a negociação “não será fácil”.

Na votação desta quarta, o segundo lugar ficou com a aliança PvDA, formada pelo partidos Verde e Trabalhista, com 25 lugares. O terceiro colocado foi o Partido Popular Liberdade e Democracia (VVD) do ex-primeiro-ministro Mark Rutte, com 24 assentos.

Este ano, 26 partidos concorreram e 17 deles já estavam representados na segunda Câmara do Parlamento, composta por 150 parlamentares. Uma outra surpresa desta eleição foi o encolhimento do partido de tendência liberal de esquerda D66 (Partido da Democracia 66), que fazia parte da atual coalizão governista. De 24 deputados, o D66 terá agora apenas 10 cadeiras.

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