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EUA: estados voltam a recomendar uso de máscara para pessoas vacinadas

País havia flexibilizado a proteção em função dos altos níveis de vacinação. No entanto, nova variante preocupa autoridades

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Usar máscara de proteção facial no DF é obrigatório
1 de 1 Usar máscara de proteção facial no DF é obrigatório - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Com a vacinação avançada, na metade de maio, o Centro de Cotrole e Prevenção de Doenças (CDC), agência de saúde dos Estados Unidos, determinou que pessoas completamente imunizadas não precisariam utilizar máscaras na maior parte dos ambientes fechados.

Para alterar a orientação do uso da proteção, o CDC citou pesquisas que mostraram que as vacinas usadas nos EUA reduziam o risco de transmissão e ofereciam alta proteção contra as variantes. Desde dezembro, o país distribuiu doses da Pfizer/BioNTech, Johnson & Johnson e Moderna e já tem 46% da população completamente vacinada: cerca de 155,9 milhões de americanos.

No entanto, nesta semana, o Departamento de Saúde Pública do Condado de Los Angeles, na Califórnia, determinou que mesmo pessoas vacinadas voltem a usar máscaras em ambientes públicos fechados. A recomendação não é uma regra obrigatória, mas reitera o perigo de não usar a proteção em locais em que não se sabe o status de vacinação de todos os presentes.

Apesar do alto nível nacional de imunização, os números não são iguais em todos as regiões, com grande disparidade, principalmente, entre os estados do sul e do norte do país, onde a parcela da população vacinada é maior.

O governador de Illinois, J.B. Pritzker, também afirmou, nesta semana, que máscaras ainda são necessárias, dependendo da situação.

“Do meu ponto de vista, se você vai a um local lotado, não sabe se alguém não está vacinado, e (nesse caso) você deveria levar uma máscara e ficar seguro”, afirmou Pritzker. Illinois tem 54% da população acima de 12 anos completamente imunizada.

Uma das maiores preocupações é a variante Delta, que se propaga mais rápido e é responsável por 20% dos casos de Covid- 19 no país. Detectada inicialmente na Índia, a cepa B.1.617 já está presente em 92 países, e, apesar das vacinas serem eficazes, estudos da  Universidade de Oxford indicam que a proteção é menor do que o esperado.

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Posições diferentes

Contrário à posição das autoridades desses estados, o CDC manteve a proposição de que máscaras não são necessárias se a pessoa estiver completamente vacinada. Entretanto, em entrevista à ABC, a diretora do CDC, Rochelle P. Walensky, reiterou que o país ainda não está livre da pandemia.

“Nós ainda estamos vendo um ligeiro aumento de casos em áreas com baixa vacinação, e nessa situação nós estamos sugerindo que as políticas sejam feitas em nível local”, disse Walensky.

Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) discorda do CDC. “Enquanto a vacina contra a Covid-19 evita doença grave e morte, nós ainda não sabemos o quanto evita que você seja infectado e transmita o vírus a outros”, diz a organização.

Assim, as autoridades afirmam que a maior preocupação é a possibilidade de mutação, mesmo em casos em que o infectado que estiver vacinado não desenvolva um quadro grave.

Uma das justificativas das autoridades para o fim da obrigatoriedade do uso de máscara nos Estados Unidos é que a volta da regra pode aumentar a desconfiança em relação à eficácia das vacinas. O país é conhecido por ter muitos adeptos ao movimento anti-vaxx, que se opõe ao uso de imunizantes.

“Aqueles que ainda estão hesitantes em receber a vacina podem pensar: ‘Por que me vacinar se nada vai mudar para mim?'”, explicou o especialista em doenças infecciosas e preparação para pandemias Amesh Adalja, do Centro para Segurança de Saúde da Universidade Johns Hopkins à BBC News Brasil.

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