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Dois condenados pela morte de Malcolm X são inocentados 55 anos depois

Assassinato do líder do movimento negro foi um dos crimes mais marcantes das últimas décadas nos Estados Unidos

atualizado

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1 de 1 Quem-Matou-Malcolm-X - Foto: Divulgação

A história recente dos Estados Unidos está sendo reescrita com a revisão do julgamento de dois homens condenados por um dos assassinatos mais marcantes das últimas décadas, o de Malcolm X. O ativista do movimento negro foi morto aos 39 anos, enquanto discursava para uma audiência que incluía sua esposa, grávida, e três filhas.

Três homens acabaram condenados pelo crime, mas erros e omissões no processo foram alvo de questionamentos e teorias supostamente conspiratórias que alimentaram o imaginário dos americanos por cinco décadas. Agora, 55 anos depois, duas dessas pessoas terão a inocência reconhecida pela Justiça.

Ativista polêmico e radical, Al Hajj Malik Al-Shabazz, ou Malcolm X, tornou-se um dos símbolos da efervescente década de 1960, marcada por episódios de extrema violência em meio à luta pelos direitos civis na América do Norte.

Sua história foi revivida em inúmeras obras, como o filme de 1992, dirigido por Spike Lee e estrelado por Denzel Washington, e uma série da Netflix, do ano passado, que questionou as investigações da época e ajudou na pressão pela reabertura do caso, que resulta agora no reconhecimento da inocência de Muhammad A. Aziz e Khalil Islam.

Condenados à prisão perpétua nos anos 1960, eles jamais admitiram participação no crime. As dúvidas em relação ao envolvimento deles possibilitaram que deixassem a cadeia depois de décadas encarcerados, mas o “nome limpo na Justiça” só vem agora, 55 anos depois. Aziz, hoje com 83 anos, foi libertado em 1985. Islam foi solto dois anos depois e morreu em 2009, ainda jurando inocência.

Malcolm X foi morto a tiros logo no início de um discurso em um auditório de Nova York, em 21 de fevereiro de 1965. Três homens que estavam em meio ao público abriram fogo contra o ativista, que foi atingido por vários disparos. Um dos suspeitos, Mujahid Abdul Halim, foi ferido e preso no local. Os outros dois atiradores conseguiram fugir.

Em duas semanas, os outros dois homens foram presos e os três foram acusados e condenados à prisão perpétua pelo homicídio.

Reabertura da investigação

A reabertura da investigação, apesar de enfrentar dificuldades, conseguiu comprovar que evidências que corroboravam os depoimentos dos dois homens presos posteriormente, de que eles não estiveram no local do crime, foram deliberadamente escondidas pelo FBI e pela polícia de Nova York. Seus álibis, apesar de fortes, foram ignorados.

A confissão do atirador preso no local, que sempre fez questão de inocentar os outros dois acusados, também foi ignorada no julgamento da época do crime.

A reinvestigação durou 22 meses e só começou porque as evidências encontradas por um investigador independente, o ativista Abdur-Rahman Muhammad, eram fortes demais para serem ignoradas. Ele é um dos destaques do documentário da Netflix.

A absolvição de Muhammad A. Aziz e Khalil Islam deverá ser confirmada pela Justiça em Nova York na quinta-feira (18/11), informa a imprensa norte-americana.

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