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Pode beber? Cientistas encontram álcool no centro da Via Láctea

As observações inéditas, realizadas graças ao telescópio ALMA, no Chile, mostram o local em que o álcool foi descoberto, o Sagittarius B2

atualizado

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ESO/APEX & MSX/IPAC/NASA
Centro Galáctico e Sagitário B2 Via Láctea
1 de 1 Centro Galáctico e Sagitário B2 Via Láctea - Foto: ESO/APEX & MSX/IPAC/NASA

Cientistas fizeram uma descoberta curiosa (e muito interessante) no centro da Via Láctea. De acordo com astrônomos do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, há grande agrupamentos de moléculas de álcool no centro da Via Láctea.

As observações inéditas, realizadas graças ao telescópio Alma, no Chile, mostram o local em que o álcool foi descoberto, intitulado Sagittarius B2, mas conhecido como “sala de parto da Via Láctea”, porque lá se encontram diversos elementos necessários para o surgimento de novas estrelas.

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Localizada a mais de 150 parsecs* do centro da galáxia, o local possui agrupamentos de moléculas de álcool, em específico o álcool isopropílico. Estas moléculas são objeto de busca de pesquisadores há mais de uma década.

Mas nem cabe animação aos que, por acaso, já estejam sonhando com um “boteco” fora do planeta Terra: este tipo de álcool é o mesmo utilizado como antisséptico, solvente ou agente de limpeza. Ou seja: nem um pouco recomendado para consumo humano.

Rede de reações químicas

Segundo Rob Garrod – astrônomo da Universidade da Virgínia e co-autor de um dos dois papers produzidos a partir da novidade -, é a primeira vez que o isopropanol é detectado no meio interestelar e a primeira vez que o propanol normal é detectado em uma região de formação de estrelas.

“A identificação de ambos os isômeros de propanol é unicamente poderosa em determinar o mecanismo de formação de cada uma delas. Por eles serem tão semelhantes entre si, eles se comportam – fisicamente falando – de forma muito parecida, o que significa que as duas moléculas devem estar presentes nos mesmos lugares, ao mesmo tempo”.

O Instituto também foi capaz de identificar o cianeto isopropílico, a N-metilformamida e a ureia no espaço. Essas moléculas se diferenciam de outras mais básicas, elementos químicos puros ou a água, por terem uma estrutura mais complexa, resultante de processos e interações químicas.

Detectar moléculas intimamente relacionadas que diferem ligeiramente em sua estrutura e medir sua proporção de abundância permite aos pesquisadores sondar partes específicas do rede de reações químicas que leva à sua produção no meio interestelar.

* Parsec é uma unidade de comprimento usada para medir as grandes distâncias de objetos astronômicos fora do Sistema Solar, aproximadamente igual a 3.26 anos-luz ou 206.000 unidades astronômicas, ou seja, 30,9 trilhões de quilômetros

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