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Bolsonaro é novamente alvo de protestos em Santiago do Chile

A primeira manifestação contra o presidente do Brasil ocorreu nessa sexta (22/3) e resultou em violenta repressão por parte da polícia local

atualizado

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Agência Brasil
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1 de 1 bolsonaro-chile2 - Foto: Agência Brasil

Enviada especial a Santiago (Chile) — Enquanto almoçava com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, no Palácio de La Moneda, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, era alvo de um protesto de manifestantes do lado de fora. Foi o segundo protesto de rua contra Bolsonaro por sua visita ao Chile.

O primeiro havia sido na véspera, também perto do palácio, e resultou em violenta repressão policial e na prisão de cinco pessoas. Parlamentares chilenos também protestaram contra o presidente brasileiro, recusando-se a participar do almoço em sua homenagem, no palácio.

O presidente do Senado, Jaime Quintana, e o presidente da Câmara, Ivan Flores, se disseram indignados com uma declaração do ministro-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que justificou a ditadura chilena, comandada por Augusto Pinochet, em entrevista a uma rádio. Onyx afirmou que houve um “banho de sangue no Chile”, mas que Pinochet fixou as “base macroeconômicas” no país, não alteradas por nenhum governo de esquerda, segundo o ministro.

Os chefes do Legislativo chileno consideraram as declarações uma afronta ao país, às vítimas da ditadura e a todos que sofreram violações de direitos humanos. Um grupo de deputados apresentou um projeto de resolução para que Bolsonaro seja declarado persona non grata no Chile.

Bolsonaro ignorou os protestos e disse que estava muito feliz com sua receptividade no Chile. Chegou a comentar com empresários um passeio que fez a um shopping de Santiago. “Minha aceitação no Chile foi excepcional. Fui a um shopping e não conseguia andar, fiquei muito feliz”, disse. Bolsonaro ainda perguntou, em tom de brincadeira: “Pode se naturalizar no Chile? O calor do povo chileno foi maravilhoso, estou muito feliz”, disse, provocando risos na plateia.

 

Por outro lado, quem se animou com a presença do mandatário brasileiro foi um grupo de condenados por violação de direitos humanos durante a ditadura Pinochet, cumprindo pena no presídio de Punta Peuco. O advogado do grupo, Raúl Meza Rodrigues, ficou encarregado de entregar a Bolsonaro uma carta escrita por seus clientes, pedindo que o presidente brasileiro os visitasse para ver as condições da prisão.

Segundo publicou a imprensa chilena, os condenados se dizem perseguidos política e judicialmente e afirmam que alguns tem morrido na prisão por doenças crônicas sem ter direito ao indulto presidencial. Bolsonaro já expressou várias vezes sua admiração pelo ditador Augusto Pinochet. O Metrópoles apurou que a embaixada brasileira no Chile recebeu a carta dos prisioneiros, mas o presidente ainda não tinha lido o documento.

Depois da reunião entre os presidente Piñera e Bolsonaro, foram assinados acordos que reforçam outros assinados anteriormente, entre eles, um que estabelece o fim do roaming nas linhas de telefonia celular dos dois países. Sendo assim, as chamadas serão consideradas locais. Também foram assinados acordos para favorecer o comércio entre os países por meio de pequenas e médias empresas exportadoras, nas áreas de energia e segurança cibernética.

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