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Autoridades liberam 6ª lista para saída de Gaza, ainda sem brasileiros

O chanceler de Israel garantiu ao governo do Brasil que a passagem do grupo de brasileiros pela fronteira ocorreria até esta quarta (8/11)

atualizado

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Mohammed Talatene/ Getty Images
16 de Outubro de 2023, Territórios Palestinianos, Rafah: Uma vista da passagem da fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto os palestinianos, alguns com passaportes estrangeiros, aguardam por ajuda e potencial passagem para o Egipto. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, o número de mortos em ataques israelenses na Faixa de Gaza aumentou para cerca de 2.750 e 9.700 pessoas ficaram feridas desde que a pior escalada de violência em anos entre israelenses e palestinos começou na semana passada, enquanto, segundo a ONU, alguns 1 milhão de pessoas fugiram de suas casas no norte da Faixa de Gaza - Metrópoles
1 de 1 16 de Outubro de 2023, Territórios Palestinianos, Rafah: Uma vista da passagem da fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto os palestinianos, alguns com passaportes estrangeiros, aguardam por ajuda e potencial passagem para o Egipto. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, o número de mortos em ataques israelenses na Faixa de Gaza aumentou para cerca de 2.750 e 9.700 pessoas ficaram feridas desde que a pior escalada de violência em anos entre israelenses e palestinos começou na semana passada, enquanto, segundo a ONU, alguns 1 milhão de pessoas fugiram de suas casas no norte da Faixa de Gaza - Metrópoles - Foto: Mohammed Talatene/ Getty Images

O grupo de brasileiros e familiares à espera da repatriação pelo Brasil segue na expectativa de deixar a Faixa de Gaza. Nesta quarta-feira (8/11), venceu o prazo dado pelo chanceler de Israel, Eli Cohen, para incluir o grupo na lista de pessoas autorizadas a cruzarem a fronteira entre o território palestino e o Egito. A sexta lista saiu, mas ainda sem nomes de brasileiros.

A nova relação conta com 601 civis. São ucranianos (228), filipinos (107), norte-americanos (100), alemães (75), romenos (51) e canadenses (40).

No total, há 34 brasileiros e familiares na lista de espera do Itamaraty para serem trazidos ao Brasil. O grupo está dividido em duas localidades: 18 na cidade fronteiriça de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito; e 16 em Khan Yunis, a 10 km da passagem.

A passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, tem recebido estrangeiros e palestinos feridos desde 1º de novembro. No entanto, apenas têm autorização para cruzar a fronteira aquelas pessoas cujos nomes constam em uma lista elaborada por autoridades do Egito e de Israel — ela é divulgada a cada dia.

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Até o momento, as autoridades liberaram seis listas, com centenas de nomes. Em nenhuma delas, porém, constavam os 34 brasileiros e familiares que seguem à espera de autorização para deixar a região.

Os critérios não estão claros sobre a seleção dos estrangeiros, o que tem rendido acusações de que a lista estaria beneficiando aliados políticos. Como mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, conversou com sete chanceleres sobre os brasileiros em Gaza.

Até a noite dessa terça-feira (7/11), o Itamaraty não tinha definição sobre se o grupo seria incluído na próxima lista de estrangeiros a cruzarem a fronteira de Rafah. Ao Metrópoles a pasta informou que não é possível ter confirmação da partida antes de sair a lista oficial.

Ainda que sem definição, o plano segue formado: veículos estão mobilizados perto de Rafah, à espera do sinal verde do Egito para buscar os brasileiros por terra e, depois, encaminhá-los ao aeroporto do Cairo, no Egito, onde serão repatriados pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Conflito longe do fim

Nessa terça-feira (7/1), a guerra entre Israel e o Hamas completou um mês. Em 7 de outubro, o conflito registrou uma escalada histórica, a partir de um ataque surpresa do grupo contra civis em Israel. A ação desencadeou sucessivas retaliações israelenses contra a Faixa de Gaza por meio de bombardeios e incursões terrestres.

Até o momento, a guerra resultou em cerca de 11,7 mil mortos, somados ambos os lados. Em Israel, foram 1,4 mil óbitos, enquanto do lado palestino foram 10,3 mil mortes. Nesse contexto, a população da Faixa de Gaza, estimada em cerca de 2,2 milhões, segue imersa em uma crise humanitária.

O conflito não dá sinais de acabar. Nessa terça, o governo de Israel informou ter invadido a cidade de Gaza por terra e identificado o bunker onde está Yahya Sinwar, um dos líderes do Hamas, considerado o n° 2 do grupo. Em pronunciamento televisionado, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou que rejeita qualquer ideia de cessar-fogo e que as Forças de Defesa de Israel estão “no coração” da cidade de Gaza.

No mesmo dia, segundo o portal Times of Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que não haverá cessar-fogo até que os reféns mantidos pelo Hamas sejam libertados. Ele ressaltou que a população de Gaza se dirija ao sul, e reafirmou que Israel não interromperá as ações.

Fracasso em garantir a paz

Em evento para investidores, na manhã desta terça-feira (7/11), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou como “lamentável e moralmente inaceitável, que, uma vez mais, o Conselho de Segurança não tenha conseguido estar à altura de seu nobre mandato”.

O chanceler brasileiro ainda destacou que o país, na presidência do colegiado, em outubro, mobilizou todos os esforços para reverter a paralisia do conselho em favor de uma solução para o conflito que tensiona o Oriente Médio.

O Conselho de Segurança, em outubro, apreciou quatro minutas de resolução para frear o conflito entre Israel e o Hamas, mas nenhuma passou. O principal entrave para aprovação de um texto é o poder de veto dos países membros permanentes do colegiado.

A minuta brasileira, por exemplo, garantiu a maioria dos votos, mas acabou vetada pelos Estados Unidos. A delegação norte-americana discordou da aprovação pelo texto não citar o direito à autodefesa de Israel.

Diante da falta de consenso do colegiado, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que pedia trégua humanitária em Gaza. O texto, porém, tem caráter apenas recomendatório. O governo de Israel não acatou a medida e classificou o apelo como “desprezível”.

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