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Ataque russo a porto da Ucrânia pode prejudicar acordo sobre grãos

Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores ucraniano afirma que o ataque é sinal de que Putin “cuspiu na cara” da ONU e da Turquia

atualizado

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1 de 1 bombardeio - Foto: Reprodução

A Ucrânia acusou os russos de atacarem a cidade portuária de Odessa, em território ucraniano, menos de 24 horas após os dois países terem firmado um acordo para retomar as exportações de grãos pelo Mar Negro, bloqueadas pela guerra. Kiev defende que, após o ataque, o Kremlin deveria assumir “toda a responsabilidade se o pacto falhar”.

Para o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, a decisão de Vladmir Putin de disparar mísseis contra o porto significa que o presidente russo “cuspiu na cara do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e do presidente turco, Recep (Tayyip) Erdogan, que fizeram enormes esforços para chegar a esse acordo”.

Nikolenko complementou que a Rússia deve responder, também, caso o descumprimento do trato acabe resultando no aprofundamento “da crise alimentar mundial”.

Segundo o porta-voz da força aérea ucraniana, Yuriy Ignat, o porto da cidade estratégica foi atacado quando cargas de cereais estavam sendo processadas. Ele também afirmou que outros dois mísseis foram interceptados.

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O presidente ucraniano Volodimir Zelensky se pronunciou sobre o caso, e acusou a Rússia de “quebrar promessas”.

“Isso prova que não importa o que a Rússia diga ou prometa, sempre vai encontrar uma maneira de não cumprir os acordos”, disse em vídeo divulgado no Telegram.

O Kremlin não se pronunciou oficialmente sobre a acusação, porém, segundo o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, as forças russas negam ter atingido o porto, de acordo com informações da Reuters.

O ataque atingiu duas infraestruturas portuárias de Odessa. Ainda não está claro qual o tamanho do prejuízo para o envio de cereais. Estima-se que mais de 20 milhões de toneladas de grãos estejam prontos para serem exportados.

Acordo entre nações

Rússia e Ucrânia assinaram, nessa sexta-feira (22/7), acordo para a reabertura dos postos ucranianos com o objetivo de amenizar a grave situação de falta de alimentos como uma consequência do conflito entre os países.

Apesar do passo, Zelensky ainda demonstra descrença quanto as intenções russas. “As concessões diplomáticas a Moscou podem estabilizar um pouco os mercados, mas só proporcionarão uma pausa temporária e um bumerangue no futuro”, disse o líder ucraniano.

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