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Funk virou nacional e se tornou o gênero mais ouvido pelos jovens

Das comunidades cariocas ao topo das paradas brasileiras, entenda como o gênero ganhou o gosto popular e dominou o país

atualizado

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Vincent Rosenblatt/Agência Olhares
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1 de 1 rio baile funk2 - Foto: Vincent Rosenblatt/Agência Olhares

Quando pensamos em um gênero que é a cara do brasileiro, certamente o funk é um dos estilos que vem primeiro à cabeça. As batidas envolventes, as letras que retratam a vivência e a superação das quebradas do país e a animação contagiante das músicas fizeram com que o estilo dominasse o Brasil. Principalmente, entre os mais jovens. Segundo o Datafolha e a consultoria JLeiva Cultura & Esporte, o “batidão” é o preferido da juventude. Na faixa etária de 12 a 15 anos, é apontado como o mais escutado por 55% dos entrevistados. Além disso, o ritmo musical é o segundo mais ouvido em 23 estados brasileiros e vem ganhando cada vez mais força também em outros países.

No entanto, quem vê os sucessos de artistas como Anitta, Ludmilla, Kevinho e MC Kekel pouco sabe que a trajetória para o funk conquistar o país não foi nada fácil: o gênero quebrou as barreiras das comunidades cariocas para se tornar o estilo mais ouvido do país.

Com isso, o time de roleta on-line da Betway em parceria com o Metrópoles foi em busca de contar a trajetória e a evolução deste ritmo que conquistou o coração do brasileiro. Dos primeiros “melôs”, do sucesso de DJ Marlboro a estrela de Anitta o funk ganhou novas batidas, vertentes e exportou artistas brasileiros para o mundo ao longo dos últimos 32 anos.

“O funk já contava com uma boa parcela de ódio muito antes de se falar em ‘haters’. Já nos anos 90, era incluído num pacote de música brasileira desprezível, inculta, junto com os também populares axé music e pagode romântico. Desde então, passaram por um processo de reavaliação. E nos anos 2000 ressurgiram, diante do senso comum, como expressões legítimas de uma cultura brasileira”, explica o jornalista e escritor Silvio Essinger, autor do livro Batidão: Uma História Do Funk, essencial para o entendimento do movimento.

Para entender a evolução do funk no Brasil, antes é preciso voltar a década de 1960, em Nova Orleans, nos Estados Unidos, onde o soul, o jazz, o rock e o rhythm and blues (R&B) em era sinônimos de sucesso e serviram de inspiração para o que veio se tornar o funk em solo brasileiro. Veja abaixo como o gênero se popularizou pelos EUA:

Por aqui, o gênero desembarcou no ano de 1989, através de dois nomes que viriam a se consagrar como pioneiros do funk no Brasil: o niteroiense Agnaldo Batista de Figueiredo e o carioca Fernando Luís Mattos da Matta, conhecidos como MC Abdullah e DJ Marlboro respectivamente.

Foi na voz de MC Abdullah, com o hit Melô da Mulher Feia, que surgiu o primeiro funk cantado em português. DJ Marlboro se notabilizou após produzir e lançar o histórico disco Funk Brasil Vol. 1, coletânea em vinil que reuniu diversos sucessos da época, entre eles, o hit de Abdullah.

“Quando fiz o Funk Brasil, em 1989, quase não lanço! O pessoal da gravadora queria usar o Carioca no disco. Já tinham feito até um ensaio de capa com o nome Funk Carioca. Aí eu disse: ‘Não! Tem que ser Funk Brasil porque o funk não tem que ficar resumido ao Rio de Janeiro”, conta o DJ.

Para Silvio Essinger o momento de popularização do funk foi quando, em 1994, Marlboro passou a ser o DJ oficial do programa da Xuxa e, assim, propagou o estilo em rede nacional. “Marlboro conseguiu uma exposição para os seus artistas no programa da Xuxa. Em 96, Claudinho & Buchecha estariam fazendo essa transição de forma mais eficiente com um CD de estreia que podia ser ouvido sem estranhezas pelo público de Lulu Santos”, diz Essinger.

O entendimento do produtor, ao pensar no funk como um gênero nacional no lançamento de Funk Brasil Vol. 1, há 32 anos, praticamente se confirmou nos últimos anos. Depois de conquistar Rio e SP, o funk já tem movimentos fortes em Recife (PE), com o bregafunk, em Minas Gerais, no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul, com o funknejo – entenda as diferenças entre as vertentes. 

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“O meu plano para o funk era que ele fosse um movimento nacional, com visibilidade internacional, para gerar emprego no Brasil inteiro. Queria que cada região colocasse características locais nas suas músicas, que espelhasse aquilo que as pessoas respiram, seu cotidiano, seu dia a dia. A cultura local está entranhada no funk”, completa Marlboro.

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