Desfiles do Grupo Especial do Rio não terão nenhum jurado negro
Com muitos sambas-enredos fazendo referências à religiões de matriz africana e à personalidades negras, a falta de representação incomoda
atualizado
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Na última segunda-feira (21/2), a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio De Janeiro) anunciou a relação dos julgadores que atuarão nos desfiles do Grupo Especial. Segundo apuração do Metrópoles, a lista com 45 nomes, sendo sete novos jurados, não conta com nenhuma pessoa negra. A única jurada negra que estava presente no último ano de desfiles foi retirada.
Em 2022, a maioria dos sambas-enredos que serão apresentados pelas Escolas de Samba na Sapucaí conta com temáticas relacionadas à religiões de matriz africana ou à personalidades negras. O Carnaval, por si só, é uma festa de tradições africanas, e, neste cenário, a falta de julgadores negros traz um prejuízo ainda maior para a festividade.
A Portela, por exemplo, tem como enredo Igi Osè Baobá, sobre a simbologia dos baobás, árvores gigantescas e milenares originárias da África. A Beija-Flor, por sua vez, fala sobre “empretecer o pensamento”. Outra que fala sobre os negros é a Vila Isabel, com uma homenagem ao cantor Martinho da Vila.
Com os desfiles do Rio de Janeiro e de São Paulo adiados para o mês de abril, a lista está sujeita a alterações. O Metrópoles entrou em contato com a Liesa para saber o posicionamento da liga acerca do tema, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.
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