metropoles.com

UnB quer sequenciar 500 genomas do novo coronavírus no DF

Segundo a instituição, até o momento, cinco cepas do vírus foram identificadas em território brasiliense

atualizado

Compartilhar notícia

Felipe Menezes/Metrópoles
UnB
1 de 1 UnB - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Cientistas da Universidade de Brasília (Unb) estão conduzindo estudos para descobrir mais informações sobre as variantes do novo coronavírus e avaliar como essas mutações têm impactado a população do Distrito Federal. Os pesquisadores esperam sequenciar cerca de 500 genomas, o que daria uma noção sobre a circulação do vírus no território brasiliense.

“Como vamos tentar sequenciar amostras do ano passado, poderemos descrever como o vírus mudou desde que entrou no DF”, esclarece o professor e virologista Bergmann Ribeiro.

Para a universidade, avaliar a correlação entre as cepas e o estabelecimento de uma memória imunológica dos pacientes pode contribuir ainda para a produção de vacinas eficientes para as diversas mutações do novo coronavírus.

Até o momento, dezenas de genomas foram sequenciados na UnB e cinco cepas do vírus de amostras do DF foram identificadas, sendo a variante P.1, originalmente de Manaus, predominante entre elas.

“A avaliação da diversidade genômica é importante para conhecer quais variantes virais estão circulando no Distrito Federal e poder correlacionar com a epidemiologia da doença”, pontua Anamélia Lorenzetti, professora do Departamento de Biologia Celular do Instituto de Ciências Biológicas e integrante da equipe na universidade que tem sequenciado o vírus.

A professora destaca também que, com os dados obtidos por meio da identificação das variantes, os pesquisadores poderão fazer uma relação com a resposta imunológica dos indivíduos infectados e entender melhor a disseminação do vírus.

“No momento, os dados obtidos são fundamentais não só para a pesquisa, mas para auxiliar a vigilância sanitária do DF. Dados que são importantes para o entendimento e para o controle da doença”, completa.

0
Sem recursos

Em março de 2020, um grupo de pesquisadores da instituição realizou o primeiro sequenciamento do genoma do novo coronavírus no Distrito Federal, com uma amostra de paciente infectado cedida pelo Laboratório Sabin de Brasília. A UnB foi a terceira universidade brasileira a realizar o procedimento.

O Laboratório de Microscopia Eletrônica e Virologia do IB é especializado no estudo de vírus e sua equipe tem realizado investigações sobre o novo coronavírus. Diferentes tipos de genomas virais já foram sequenciados na unidade, entre eles o zika, o arbovírus (causador da dengue) e o CHIKV (causador da chikungunya). O trabalho é feito com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), que são derivados de projeto em vigência desde 2017.

Por conta do valor elevado dos insumos necessários para dar continuidade ao sequenciamento do Sars-Cov-2, o processo teve que ser pausado por um período em 2020. “Para se ter uma ideia, o custo por amostra sequenciada sai entre R$ 600 e R$ 1 mil. Não é barato”, pondera Bergmann Ribeiro.

Ao serem contemplados em editais de diferentes agências de fomento para estudos sobre a Covid-19, o laboratório, coordenado pelo professor Bergmann, e outros grupos de pesquisa da instituição conseguiram novos recursos para retomar o sequenciamento de mais amostras no início deste ano.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?