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Vídeos mostram baderna em festa de alunos da UnB que infernizou quadra

Nas imagens, rapaz aparece em cima de semáforo e meninas dançam sobre um carro. “Tem menino transando, urinando. Uma barbárie”, diz morador

atualizado

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Divulgação
Confusao festa UnB
1 de 1 Confusao festa UnB - Foto: Divulgação

Vídeos que circulam nas redes sociais dão uma mostra da confusão ocorrida na noite de quinta-feira (6/12) na 408/409 Norte, que acabou com três pessoas esfaqueadas, pancadaria, arrastão, furtos e roubos. Em um deles, um jovem aparece pendurado no semáforo da quadra onde era realizada a festa de encerramento do semestre da Universidade de Brasília (UnB).

Além das imagens registradas durante o evento, uma moradora também fez filmagens no local. Na gravação, ela chama a festa de “barbárie” e reclama sobre falta de fiscalização. “Olha como está isso aqui. A quadra cheia de menino urinando, transando, usando drogas e fazendo tudo o que bem entende porque não tem uma fiscalização”, diz ela, no vídeo.

A Polícia Civil abriu investigação para identificar e punir os autores das agressões e dos crimes de roubo e furto.

Assista às imagens:

Por volta das 22h dessa quinta-feira, a Polícia Militar foi chamada para intervir na confusão, investigada pela 2ª DP (Asa Norte).  Um homem de 21 anos foi preso na parada da 209 Norte com sete celulares. De acordo com a PM, os aparelhos teriam sido furtados na festa. Além dessa ocorrência, foram registrados outros casos de furto de celular, um extravio e dois roubos.

Divulgação/PMDF
PMDF foi acionada por moradores e comerciantes

Na manhã desta sexta (7), o Metrópoles esteve na região e conversou com a vizinhança. A rua já estava limpa, sem resquícios de sujeira e das garrafas de vidro que foram quebradas na quadra.

Uma cabeleireira que tem salão de beleza disse que não é a primeira vez que tem festa com confusão entre jovens, regada a álcool, drogas e briga na quadra. “Ruim para a gente, né? Querendo ou não, a região fica mal falada e os consumidores e clientes deixam de frequentar. Aqui tem muitos bares. É próximo da universidade e eles vendem bebida até tarde. Essa situação de festa e baderna existe há muitos anos. Não é de hoje”, comentou Maria de Lourdes, 48 anos.

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Durante a festa, três pessoas acabaram esfaqueadas. Em um dos casos, um adolescente de 17 anos foi espancado e levou um golpe nas costas, próximo ao Bloco I da quadra residencial.  Ele foi levado ao Instituto Hospital de Base (IHB), com várias feridas na cabeça, mas consciente, estável e orientado. Moradores relataram não terem ouvido pedidos de socorro.

“Nós soubemos do ocorrido, mas na noite de ontem [quinta], não vimos nenhuma ocorrência relacionada a esfaqueamento. Os jovens ficam bebendo e usando drogas embaixo dos prédios. A polícia até aparece na quadra. Sai e depois volta. A música é muito alta. Nem se quiséssemos ajudar o rapaz, não escutaríamos o pedido de socorro. É uma bagunça generalizada”, disse uma moradora de um dos blocos da quadra, que não quis se identificar.

O servidor público Warley Júnior Santos, 56, também reclamou da situação. “Terrível. Toda semana tem baderna. Não como a festa da noite passada, mas os jovens ficam bêbados de quinta a domingo aqui na quadra. De uns tempos pra cá, até estávamos mais tranquilos em relação às confusões. A PM comparece, mas é difícil controlar muita gente num ambiente aberto desse. Muitos vêm só para cometer crimes”, disse o servidor, enquanto passeava com seu cachorro na manhã desta sexta.

Veja mais registros do evento:

 

Quando os militares chegaram ao local, o clima estava tenso. Pessoas jogaram garrafas e outros objetos nos policiais, que responderam com balas de borracha e gás lacrimogêneo. O evento reuniu cerca de 1,5 mil pessoas. De acordo com a corporação, criminosos se misturam aos jovens para roubar e furtar, o que aumenta a probabilidade de confusão devido ao alto consumo de bebidas alcoólicas.

O evento organizado pelos universitários ocorre tradicionalmente no início e no fim do semestre. A divulgação é feita pelas redes sociais e qualquer pessoa pode participar. “Assim que fiquei sabendo da festa, fechei mais cedo. Prefiro ficar sem vender do que amargar um prejuízo por ter o meu estabelecimento destruído”, disse Francisco Arruda, 45, gerente de bar. “Não tem como dormir, estacionar o carro… As pessoas fazem até sexo debaixo das árvores. É um inferno”, reclama Joana Medeiros, 36, moradora da 408 Norte.

Fora da universidade
Procurada pela reportagem, a Universidade de Brasília esclarece não ter qualquer relação com o evento. “A UnB lamenta os incidentes e se solidariza com as vítimas, moradores e comerciantes”, disse a instituição em nota.

Representante dos estudantes no Conselho Universitário da UnB, João Marcelo Marques Cunha lembra que o evento não ocorreu nas dependências da instituição de ensino e os envolvidos na confusão não são integrantes da comunidade estudantil.

“Lamentavelmente, associa-se indevidamente os estudantes da UnB ao consumo desenfreado de bebida alcoólica, uso e tráfico de drogas, pancadaria, arrastões, furtos e roubos, como se esse fosse traço típico do nosso comportamento”, destacou João Marcelo ao Metrópoles.

Recorrente
Em agosto do ano passado, a festa da Calourada, no mesmo local, virou caso de polícia. Além das agressões registradas pela PM, com a apreensão de um adolescente acusado de agredir um jovem de 19 anos com uma garrafada, a Polícia Civil abriu investigação sobre depredação do patrimônio público. Vídeos que circularam nas redes sociais mostravam jovens se balançando pendurados no semáforo da comercial. Em uma das imagens, um rapaz segurava um sinalizador e era aplaudido pelos colegas.

Garrafada
Um jovem, de 19 anos, foi espancado após a festa. O estudante estava com um sangramento no nariz decorrente de uma garrafada que teria levado na cabeça. O universitário estava consciente e estável. Um adolescente, suspeito de cometer a agressão, foi levado para a delegacia e autuado por ato infracional análogo ao crime de lesão corporal.

A Polícia Militar informou que o local estava com aproximadamente mil pessoas quando as viaturas chegaram para dispersar os estudantes, uma vez que diversas reclamações feitas por moradores já haviam sido registradas no 190.

 

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