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Águas Claras: briga motivada por som alto acaba em prisão

Moradores denunciam donos de bar por perturbação do sossego e empresários dizem que ação policial é arbitrária

atualizado

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1 de 1 bar - Foto: Reprodução

Uma discussão entre moradores e empresários de um bar de Águas Claras acabou em prisão na noite do último sábado (22/9). O motivo, segundo ocorrência registrada na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), é o volume da música tocada em um bar localizado na Rua 19 Norte. Os dois proprietários do estabelecimento denunciaram à Corregedoria da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que ficaram presos por cinco horas de forma ilegal.

A Divisão de Comunicação da corporação negou a acusação e enviou detalhes do caso ao Metrópoles. Segundo o registro, os dois sócios foram levados à delegacia pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) por perturbarem a tranquilidade dos moradores. Ainda de acordo com o boletim, um sargento da PMDF detalhou que recebeu o chamado via 190 e, ao chegar no local, constatou o volume “excessivamente” alto.

O policial teria pedido para os proprietários diminuírem o som, ordem que, de acordo com o militar, não foi obedecida. Uma vítima teria abordado a equipe, dizendo ser diariamente incomodada pelo barulho.

Na delegacia, os moradores prestaram depoimento e ofereceram apresentar uma coletânea de vídeos que comprovam o desrespeito à Lei do Silêncio. Um deles afirmou que está há dois dias sem dormir por causa do barulho.

Prisão
O proprietário do bar, Valter Gonçalves da Silva Junior, e Danniel Eufrasio Gonçalves Ferreira, agente penitenciário do DF e sócio-cotista minoritário, contestam a versão registrada na ocorrência e denunciam que os policiais civis agiram de forma abusiva e tendenciosa.

Não recebemos voz de prisão. Comparecemos à delegacia de forma espontânea. Inclusive, chegamos lá com os nossos carros particulares. Ninguém nos ouviu, não prestamos a nossa versão dos fatos. Mas na ocorrência diz que usamos o direito de ficarmos calados

Danniel Ferreira

Ainda segundo o agente penitenciário, ele e o sócio tiveram que tirar as roupas para passar por revista pessoal e ficaram detidos em celas da delegacia mesmo tendo assinado termo circunstanciado no qual se comprometem a comparecer à Justiça caso necessário.

“Foi uma situação humilhante. O bar funciona dentro da lei. Constantemente passamos por fiscalizações da Agefis [Agência de Fiscalização] e nunca tivemos problemas. É um ambiente familiar”, completou. Na denúncia registrada na Corregedoria da PCDF, os empresários citam nominalmente o delegado de plantão e o delegado-chefe da unidade policial.

Sirene
Em junho deste ano, outro barulho causou revolta nos moradores da cidade. Um grupo do condomínio Smart, localizado na Avenida Sibipiruna de Águas Claras, fez abaixo-assinado por causa do som das sirenes de viaturas do Corpo de Bombeiros.

No residencial, vivem cerca de 1 mil pessoas. Entre as principais justificativas para a reclamação, estariam os sustos causados a crianças e idosos pelos sinais sonoros.

A atitude causou polêmica. Nas redes sociais, muitos discordaram da medida e criticaram o abaixo-assinado. Também houve baixa adesão dos habitantes do condomínio. Por isso, o prédio desistiu de entregar o documento à corporação.

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