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Secretaria de Saúde afirma que 76 pessoas estão à espera de UTIs no DF

A ocupação dos leitos das unidades de terapia intensiva é uma das principais razões alegadas pelo governo para o início do lockdown

atualizado

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Marcos Vergueiro/Secom-MT
1 de 1 - Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT

Neste domingo (28/02), o Distrito Federal entra em lockdown para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. Na manhã desta mesma data, 76 pessoas estão na fila de espera para tratamento em unidades de tratamento intensivo (UTI), na rede pública de Brasília. Deste total, 19 estão com suspeita ou diagnóstico confirmado de Covid-19. Os dados são da Secretaria de Saúde do DF e foram divulgados às 10h30.

Em entrevista coletiva no sábado (27/02), o secretário de Saúde, Osnei Okumoto revelou que a taxa de transmissão do novo coronavírus no DF chegou a 1,08. Quando o índice de infecção passa de 1, segundo Okumoto, são necessárias medidas restritivas para frear a pandemia. Com aumento de casos e sem leitos de tratamento, existe o risco de aumento de mortes e colapso da rede pública de tratamento, a exemplo do episódio sofrido pelo Amazonas.

O avanço da pandemia nos municípios no Entorno é outro fator de preocupação para o DF. Além do lockdown, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou a abertura de 150 novos leitos de UTI dentro das próximas duas semanas.

No sábado, o governador Ibaneis Rocha (MDB) argumentou que o novo lockdown é uma medida dura, mas necessária. “Quero deixar bem claro a todos vocês que não tomo essa medida com nenhum tipo de prazer. É um sofrimento muito grande. Eu sempre replico que não fui eleito ou pensava que fui eleito para viver o que estou vivendo. Sofro todos os dias com o que vem acontecendo, mas infelizmente, as medidas precisam ser tomadas na preservação da vida, com preocupação no que diz respeito à empregabilidade”, afirmou o governador.

Para Ibaneis, o controle da pandemia depende da conscientização da população e do empresariado. “Se persistirem os índices de transmissibilidade que nós temos hoje apurados pela Secretaria de Saúde e os índices de internação, esse decreto vai se arrastar por mais tempo”, ressaltou. O GDF chegou a flexibilizar parte das restrições, mas manteve o fechamento de diversos setores do comércio, como bares e restaurantes, por exemplo.

Críticas

Por outro lado, o lockdown tem sido alvo de críticas. Parte do setor produtivo argumenta que a saúde e o emprego têm a mesma importância nesta crise. O próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o fechamento de atividades em diversos estados e no DF.

“Hoje, ao fecharem o comércio e novamente te obrigarem a ficar em casa, vem o desemprego em massa com consequências desastrosas para todo o Brasil”, afirmou Bolsonaro. O presidente destacou que os problemas na saúde pública vem de longa data, inclusive a falta de leitos de UTI.

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF) prevê demissões em massa. Parte dos empresários críticos ao fechamento também questiona porque não foram abertos nos leitos antes da pandemia chegar ao ponto que chegou.

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