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Durex é usado como esparadrapo no Hospital Regional de Ceilândia

Um servidor registrou o momento em que precisou utilizar durex para prender agulha de soro que era ministrado no Hospital de Ceilândia

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
agulha
1 de 1 agulha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Uma semana após o GDF comemorar vitória na Câmara Legislativa com a aprovação do projeto de criação do Instituto Hospital de Base de Brasília, a falta de insumos básicos ainda é realidade nas unidades de saúde do Distrito Federal. Na manhã desta segunda-feira (26/6), um servidor registrou o momento em que precisou utilizar durex para prender a agulha do soro que ministrava a um paciente internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).

De acordo com o servidor, não existe esparadrapo nem fita hipoalergênica na unidade. O material é usado para fazer curativos, ataduras ou simplesmente fixar sondas ou agulhas durante a aplicação de soro. De acordo com a fonte ouvida pela reportagem, com a falta do material, as equipes que atuam na emergência precisaram improvisar.

O problema é que o durex é material de escritório, não vem acondicionado em uma forma segura para ser usado em procedimentos hospitalares. Parece piada, mas é verdade

Servidor do HRC que precisou improvisar para ministrar soro em um paciente

A preocupação dos servidores é com uma possível contaminação que o material pode causar, já que o produto não é esterilizado.

Procurada pela reportagem para comentar o caso, a Secretaria de Saúde confirmou que as fitas adesivas estão em falta. “A direção do HRC está apurando se foi utilizado durex no braço de pacientes. Caso tenha ocorrido o uso, foi uma maneira indevida de atendimento. O reabastecimento de esparadrapo está previsto para julho”.

Ainda segundo a pasta, “a direção do Hospital Regional de Ceilândia informa que existem outras formas de substituição do esparadrapo, a unidade trabalha com micropore, TH Derme e o curativo transparente”.

O episódio registrado no HRC nesta segunda (26) tem se repetido por toda a rede pública de saúde. Nos últimos meses, várias reportagens publicadas pelo Metrópoles mostraram como, devido à falta dos mais diversos materiais, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem têm improvisado durante os atendimentos para conseguir atender a população. Os casos vão desde máscaras feitas com gaze até ventiladores domésticos sendo usados para secar roupas de cama.

Veja imagens:

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Em janeiro, enfermeiros do Hospital Regional de Sobradinho (HRS) denunciaram que trabalhavam no pronto-socorro e na ala pediátrica da unidade sem qualquer proteção para o rosto. Todos foram obrigados a usar gaze e esparadrapos para cobrir nariz e boca e, assim, evitar possíveis contaminações durante os atendimentos.

No mesmo mês, no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), os servidores também improvisaram para secar as roupas usadas na unidade. Sem óleo para esquentar a caldeira, que na época estava parada, a lavanderia da unidade se transformou em um enorme varal. E até um pequeno ventilador foi usado pelos funcionários para secar as peças.

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