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Brasília é a quarta capital onde mais se consome álcool em excesso

Capital do país só perde para Palmas, Cuiabá e Salvador, segundo o Ministério da Saúde. Homens entre 25 e 34 anos são a maioria

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Brasilia (DF), 24.01.17 – Coletiva de Imprensa Stadt  Local: Stadt Bar (SIG) Foto: Giovanna Bembom/Metropoles
1 de 1 Brasilia (DF), 24.01.17 – Coletiva de Imprensa Stadt Local: Stadt Bar (SIG) Foto: Giovanna Bembom/Metropoles - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

Costuma tomar bebida alcoólica e perder o controle de si? Fica sem lembrar do que aconteceu na noite anterior? Então você provavelmente compõe uma estatística divulgada pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (17/4). De acordo com a pasta, Brasília é a quarta capital do país onde mais se consome álcool de forma abusiva.

O levantamento aponta que 22,6% dos entrevistados no Distrito Federal tinham ingerido bebidas alcoólicas em excesso nos 30 dias anteriores à pesquisa. No ranking, Brasília só fica atrás de Palmas (23,6%), Cuiabá (24,1%) e Salvador (24,9%).

O consumo é considerado abusivo quando se ingere mais de quatro doses puras de álcool, no caso das mulheres; ou cinco doses, no caso dos homens.

O último grupo, inclusive, é líder no quesito. Segundo o estudo do Ministério da Saúde, 31,3% dos homens assumiram ser adeptos da prática. Já entre as mulheres, a taxa ficou em 15,1%.

A faixa etária também assume um papel nesse tipo de consumo. Os jovens entre 25 e 34 anos são os que mais bebem em excesso (25,8%), seguidos pelos que têm entre 18 e 24 anos (22,1%).

Riscos à saúde
De acordo com o neuropsiquiatra do Hospital Prontonorte, Fábio Leite, o consumo excessivo de álcool traz riscos: “O primeiro deles é a possibilidade de se chegar a um quadro de dependência. Se a pessoa tem esse comportamento com muita frequência, vai sentir abstinência quando não puder beber”, explica.

O médico também alerta para o uso do álcool como manifestação de outras doenças, a exemplo do transtorno bipolar e da depressão. De acordo com o médico, a bebida pode ser utilizada como expressão dessas patologias e, nesses casos, corre o risco de “mascarar” os sintomas dos transtornos.

Já vi um caso de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) em que a pessoa primeiro bebia uma cerveja todo dia. Depois, passou a beber duas até que chegou a um ponto em que não podia mais parar.

Fábio Leite, neuropsiquiatra

Leite explica que as pessoas com o hábito de consumir muito álcool devem tomar alguns cuidados para evitar uma possível dependência. O primeiro é saber se existem casos de alcoolismo no histórico familiar. Também é necessário analisar se a ingestão de bebidas atrapalha o desempenho das tarefas diárias.

“Existe uma cultura ligada ao álcool. Muitos pacientes não conseguem enxergar que estão consumindo bebidas de maneira excessiva porque esse comportamento é comum no grupo de amigos em que eles estão inseridos. O mais prudente é perguntar para um amigo que não bebe: ‘Você acha que estou bebendo muito?’. E se essa prática estiver atrapalhando sua vida pessoal, é hora de repensar”, finaliza o neuropsiquiatra.

Álcool e direção
O levantamento do Ministério da Saúde também traz informações sobre condutores alcoolizados no DF. Entre os entrevistados na capital federal, 11,9% afirmaram ter consumido bebidas alcoólicas e depois assumido a direção de um carro. Desses, 18,8% eram homens e 5,9%, mulheres. O número é maior que a média nacional, que no ano passado ficou em 7,3%.

Os números são corroborados por dados do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF): no primeiro trimestre deste ano, a autarquia autuou 4.834 motoristas por dirigirem embriagados, uma média de 53 multas por dia. A estatística mostra um crescimento de 36,5% dos casos em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 3.068 infrações do tipo.

A neurologista Bruna Lima, do Hospital Santa Luzia, explica como o consumo de bebidas incapacita os motoristas. “O álcool é legalizado, mas não é inocente e traz consequências. Os reflexos do motorista embriagado ficam extremamente diminuídos. A gente perde a capacidade de se defender e de proteger os outros”, esclarece.

A médica também alerta sobre os riscos permanentes que o consumo excessivo e frequente de álcool pode trazer, como danos nos nervos e problemas em diversos órgãos do corpo, doenças como gastrite e cirrose hepática.

Busca por ajuda
Para aqueles que já apresentam um quadro de dependência química, a Secretaria de Saúde oferece atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas (Caps Ad). De acordo com a pasta, 12 mil pessoas são atendidas nas sete unidades localizadas no Guará, em Sobradinho, em Santa Maria, no Itapoã, em Samambaia, em Ceilândia e no Plano Piloto.

Em caso de crianças e adolescentes menores de 16 anos, os Caps infanto-juvenis também oferecem tratamento contra a dependência química. Eles estão localizados no Recanto das Emas, em Sobradinho e na Asa Norte.

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