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Preso por suspeita de corrupção na Saúde do DF, Iohan Struck é transferido para Papuda

Segundo o MPDFT, o ex-subsecretário e comparsas teriam desviado, pelo menos, R$ 18 milhões dos cofres do GDF

atualizado

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Iohan Andrade Struck saude operacao MPDFT falso negativo3
1 de 1 Iohan Andrade Struck saude operacao MPDFT falso negativo3 - Foto: Reprodução

Iohan Andrade Struck (foto principal) foi transferido, na manhã desta quinta-feira (24/9), para o Complexo Penitenciário da Papuda. Ele chegou ao presídio às 11h30. A autorização foi dada pela juíza da Vara de Execuções Penais Leila Cury. O ex-subsecretário de Administração Geral (Suag) da Secretaria de Saúde do DF saiu da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP) e está na ala dos presos vulneráveis.

Investigado no âmbito da Operação Falso Negativo, Iohan Struck era considerado foragido da Justiça até as 17h20 de terça-feira (22/9), quando se apresentou às autoridades.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) confirmou que Iohan ficará de quarentena por 14 dias no Centro de Detenção Provisória II (CDPII), em função da pandemia de Covid-19 – como ocorre com todos os recém-chegados ao sistema carcerário –, onde serão observadas as suas condições pessoais.

Após cumprir o isolamento, o investigado será encaminhado para a ala de vulneráveis, separadamente da massa carcerária, na Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I). “A separação da massa carcerária visa à preservação da integridade física de todos envolvidos na Operação Falso Negativo”, explicou a Seape.

A pasta acrescentou que todo novo reeducando recebe atendimento de equipe multidisciplinar, formada por profissionais de saúde. Passa por triagem, com aferimento de pressão arterial, glicemia, sorologias (HIV, Sífilis, hepatites B e C) e teste rápido para a Covid-19. “Os atendimentos prestados seguem o padrão da Seape para o recebimento de qualquer custodiado, para cumprimento de todo tipo de prisão”, reforça a nota.

Iohan foi levado para a Papuda em uma operação extra de transferência, já que, normalmente, a movimentação de presos ocorre na sexta-feira. Na companhia dele, estava o papiloscopista policial Edward Higino. Ele foi preso preventivamente pela PCDF, no âmbito da Operação Tellus, na quarta-feira (23/9), suspeito de acessar os sistemas do Instituto de Identificação (II) e vender dados sigilosos de delegados e advogados para integrantes de organizações criminosas.

Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Iohan e seus supostos comparsas teriam roubado, pelo menos, R$ 18 milhões dos cofres do GDF. Os promotores pediram o ressarcimento solidário de R$ 46 milhões a Iohan e a outros 14 denunciados.

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Foragido desde 25 agosto, Iohan buscava costurar colaboração com o MPDFT por meio de seus advogados. Ele queria contar sua versão aos promotores, mas estava fazendo de tudo para evitar a prisão.

O que pesa contra Iohan

De acordo com a denúncia feita pelo MPDFT, Iohan Struck, como Subsecretário de Administração Geral (SUAG), era a pessoa incumbida de conduzir os procedimentos licitatórios de modo a viabilizar a vitória da empresa previamente escolhida pelo grupo.

Segundo os promotores, o servidor, além de realizar atos fraudulentos no âmbito de suas atribuições, chegava a concentrar para si atos administrativos importantes, como a pesquisa de preços – que, na maioria das vezes, sequer ocorria e que, quando existia, era viciada.

Nessa linha, os promotores apontam que o denunciado ainda se movimentava para buscar a efetivação do certame, como no caso em que ele conseguiu obter no Fundo de Saúde do Distrito Federal verba até então inexistente para contratar a empresa Biomega.

“Vale dizer, era a pessoa responsável por providenciar o encaminhamento necessário aos procedimentos até o seu desfecho desejado pela organização criminosa”, descreve a denúncia do MPDFT sobre Iohan.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Iohan Struck.

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