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Temer exonera indicados de senador do DF, após voto contra reforma

Segundo Hélio José, medida é resposta à sua decisão de se posicionar contra a reforma trabalhista proposta pelo governo federal

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Temer 3
1 de 1 Temer 3 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Aliado de primeira hora do presidente Michel Temer (PMDB), o senador brasiliense Hélio José, da mesma legenda, mudou o discurso ao perder cargos na Esplanada dos Ministérios. Ele criticou o Palácio do Planalto nesta quarta-feira (21/6), após ter dois indicados exonerados pelo governo federal. De acordo com o parlamentar, a medida é uma “retaliação” ao voto dele contra a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, em sessão na terça (20).

Depois de colocar seus indicados na estrutura governamental, o senador brasiliense fez duras críticas ao governo. Ele acusou o presidente de chantagem e cobrou a renúncia dele do comando da República. “Acho que o governo está para o que der e vier. Eles enlouqueceram. Pegar um senador da República e retaliar com duas indicaçõezinhas não é justo. Não é um governo correto”, afirmou.

Hélio José chamou o governo de Michel Temer de “corrupto” e acusou a gestão de fazer “balcão de negócios”. Os aliados exonerados foram Vicente Ferreira, que ocupava o cargo de diretor de Planejamento e Avaliação da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), e Francisco Nilo Gonsalves Júnior, que era superintendente da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) no DF.

O último é, inclusive, o funcionário citado por Hélio José em áudios divulgados no ano passado e que causaram polêmica. Nas gravações, o parlamentar afirma que poderia nomear “até uma melancia” para ocupar cargos públicos. O tópico da conversa onde a frase foi dita era a nomeação de Francisco Gonsalves Júnior para a SPU.

Em nota, o senador afirma que foi “surpreendido” pela decisão do governo Temer e critica a reforma trabalhista: “Não será (sic) essas represálias contraditórias que fará (sic) eu mudar de ideia. Estou certo e votei consciente. Votei a favor do trabalhador. O brasileiro não pode pagar o pato e ter seus direitos retrocedidos. Eu participei da luta trabalhista, lutei e continuarei lutando pela classe trabalhadora”, afirma.

Questionado se houve alguma ameaça de que poderia perder cargos antes da votação na CAS, o senador afirmou que o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), o havia alertado para não votar contra a proposta. Ele disse, no entanto, que não havia conversado com o correligionário após a votação de terça-feira.

Hélio José é suplente do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e assumiu a vaga em 2014, quando o titular foi empossado no Palácio do Buriti.

Conhecido no meio político pelo apelido de Gambiarra — devido a um “gato” que fez para puxar eletricidade e fornecer energia elétrica para uma festa na época em que era diretor da CEB —, Hélio José também foi destaque recente na política nacional, quando a prótese dentária que usava caiu durante um discurso no Senado.

 

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