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Em debate na TV, rivais centram artilharia em Rodrigo Rollemberg

A TV Band convidou sete dos 11 postulantes ao Palácio do Buriti. Em cinco blocos, candidatos criticaram duramente a atual gestão

atualizado

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Andressa Anholete/Metro/Divulgação
debate candidatos ao gdf buriti na tv band
1 de 1 debate candidatos ao gdf buriti na tv band - Foto: Andressa Anholete/Metro/Divulgação

Os sete dos 11 candidatos ao GDF que participaram do debate transmitido pela TV Band na noite de quinta-feira (16/8) usaram as duas horas da transmissão ao vivo para falar de mazelas da capital.

A postura de Alberto Fraga (DEM), Eliana Pedrosa (Pros), Fátima Sousa (PSol), Ibaneis Rocha (MDB), Rogério Rosso (PSD) e Júlio Miragaya (PT) foi de ataque à atual gestão. Para se defender, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) repetiu argumentos usados nos últimos meses sobre a organização das contas públicas, enalteceu ações como a desobstrução da Orla do Lago e chamou os concorrentes de “mentirosos”.

“Não posso trabalhar com demagogia. Os candidatos estão mentindo. Sobre aumentos salariais, vou conceder, mas de maneira responsável. Nós estamos falando de R$ 4 bilhões. O DF quebra em seis meses”, afirmou Rodrigo Rollemberg.

Em contrapartida, o deputado federal Rogério Rosso prometeu novamente pagar a última parcela de um reajuste salarial para 32 categorias concedido ainda no governo Agnelo Queiroz (PT). Rosso ainda disse que vai implementar a paridade da Polícia Civil com os colegas da Federal. “Em 1º de janeiro, farei essas ações. Temos um orçamento de R$ 40 bilhões, se dividido pelo número de habitantes é um dos maiores do Brasil, se não da América Latina”, disse.

O candidato ao Palácio do Buriti pelo Democratas, Alberto Fraga, foi crítico ferrenho de Rollemberg durante a realização do debate. Quando se dirigiu ao governador, lembrou que ele prometeu, em 2014, a ampliação do metrô até a Asa Norte. “A estação deveria estar pronta. O senhor não teve capacidade de ampliar o metrô. Ninguém viu a cor dele na Asa Norte”, disse o congressista.

Rollemberg retrucou falando sobre a alegria de inaugurar mais três estações na Asa Sul. “Vamos ainda iniciar a licitação para o metrô em Samambaia. Temos aprovado, no Ministério das Cidades, a expansão para Ceilândia e a chegada dos trens até o início da Asa Norte.”

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Guerra fiscal 
Economista, o postulante do PT, Júlio Miragaya, defendeu a criação de condições para atrair investimentos privados ao Distrito Federal e o fortalecimento de programas sociais, além do combate à desigualdade. O petista também aproveitou para alfinetar Rollemberg ao dizer que o “governo aderiu tardiamente à guerra fiscal, no sentido de equalizar a competitividade do ponto de vista dos incentivos fiscais com os demais estados”. “Levamos uma enorme desvantagem”, disparou.

A ex-distrital Eliana Pedrosa criticou a saúde, a educação e a paralisia do atual governo em relação a essas áreas, mas também fez promessas polêmicas. Disse que reduzirá à metade a quantidade de pardais nas vias do DF. Além disso, caso eleita, anunciou que vai liberar as faixas exclusivas de ônibus para a circulação de qualquer tipo de veículo fora dos horários de pico. Para Eliana, tanta fiscalização eletrônica é uma “máfia com sanha arrecadatória que prejudica a todos nós”.

Violência
Em seu primeiro debate como candidato ao GDF, o advogado Ibaneis Rocha (MDB) foi um dos mais combativos à atual gestão. O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na capital (OAB-DF) criticou a metodologia usada na contagem de homicídios no DF. Ele acusou a gestão Rollemberg de mascarar os índices de criminalidade para parecer que houve redução da violência na capital. “Se alguém entrasse aqui e matasse todos nós, seria registrado só um crime. As delegacias têm horário de fechamento, como as pessoas vão registrar crimes?”, disparou.

O governador se defendeu convidando Ibaneis para participar do Fórum de Segurança Nacional, na próxima semana, quando será divulgada pesquisa que mostrará redução de 38% nos homicídios no DF. “O menor em 30 anos”, assegurou Rollemberg. O governador ainda disse que Ibaneis era “desinformado”, quando o assunto foi referente à da área de cultura.

Por fim, Ibaneis questionou o slogan da campanha à reeleição, batizado de Brasília de Mãos Limpas. “Alguns que se dizem de mãos limpas esses dias apareceram com as mãos enlameadas”, cutucou Ibaneis. Ele se referia à Operação (12:26), da Polícia Civil e do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que apura suposto tráfico de influência e advocacia administrativa praticada por uma organização criminosa no Palácio do Buriti.

A ex-diretora da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB) e candidata Fátima Sousa falou sobre política de moradia e criticou o Instituto Hospital de Base (IHB). Segundo ela, para uma pessoa governar o DF precisa entender do setor. “A situação está caótica, temos que implantar melhorias no Sistema Único de Saúde (SUS). Precisamos massificar o Programa Saúde em Casa. Disso eu entendo”, afirmou.

Avaliação de especialista
Para o cientista político Márcio Coimbra, “ficou clara a posição dos candidatos em colocar o governador Rodrigo Rollemberg como alvo de ataques”. Segundo ele, a indefinição demonstrada nas pesquisas de intenção de voto, mostrando alguns dos aspirantes ao GDF tecnicamente empatados em primeiro lugar, demonstram a estratégia em atacar quem ocupa a cadeira do Palácio do Buriti. “Ele tem uma vidraça muito maior e, por isso, é mais fácil apontar as falhas”, comentou.

Embora o GDF tenha 11 postulantes ao cargo, somente sete participaram das discussões. Os candidatos foram selecionados tendo como critério a representatividade política das coligações que eles representam no Congresso Nacional, sendo necessário um mínimo de cinco cadeiras.

Ficaram de fora Alexandre Guerra (Novo), General Paulo Chagas (PRP), Antônio Guillen (PSTU) e Renan Rosa (PCO).

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